Fabrício de Queiroz chegou ao presídio de Benfica, como mostra a imagem acima. Ainda não há informação sobre a permanência dele nessa cadeia.
Benfica é a porta de entrada do sistema prisional no Rio de Janeiro.
Ele poderá ser transferido para outro presídio.
Como a prisão dele é preventiva, não há data para o término.
Operador da família Bolsonaro, que hoje ocupa cargos importantes no país, como a Presidência da República, ele é considerado poderoso.
Em tese, pode interferir no andamento das investigações.
Em casos assim, é normal que permaneça preso até a sentença judicial.
A mulher, Márcia Oliveira de Aguiar, também teve a prisão decretada, e está foragida.
A chance de Queiroz recuperar a liberdade é se acertar uma delação premiada.
Queiroz estava escondido na casa de Frederick Wassef, em Atibaia, a 40 quilômetros de São Paulo.
Wassef é homem de confiança da família Bolsonaro.
A intimidade é tanta que o chefe do clã o chamaria, carinhosamente, de Anjo.
Por esta razão, a operação de hoje foi batizada esse apelido.
Wassef é um personagem controverso.
Em 1992, era chamado de bruxo e teve a prisão decretada por conta do assassinato de crianças em Guaratuba, no Paraná, atribuído à seita satânica Lus, da qual ele era divulgador, segundo a polícia apurou à época.
Curiosamente, em 1992, os policiais estiveram na mesma casa onde Queiroz foi escondido. Era para levar Wassef preso, mas ele não foi encontrado.
O caso foi registrado pelo Jornal do Brasil.
Wassef negou, em entrevista a Veja, que tenha sido alvo desse mandado. Porém, a notícia foi publicada no jornal.
A palavra de Wassef, no entanto, vale tanto quanto a de Jair Bolsonaro, notório mentiroso.
Em setembro, ao dar entrevista para Andrea Sadi, da Globonews, ele foi perguntado sobre o paradeiro de Queiroz.
“Não sei, não sou advogado dele”.
Segundo policiais civis que o prenderam hoje, Queiroz estava escondido lá há mais de um ano. Portanto, Wassef mentiu.
Dar abrigo a Queiroz não era crime até então, já que o operador da família Bolsonaro não tinha mandado de prisão contra ele.
Porém revela que Wassef e a família Bolsonaro queriam ter controle sobre ele. E, efetivamente, tinham.
Um policial que participou da operação Anjo chegou a comentar que Queiroz seria uma espécie de refém da família Bolsonaro.
Só o depoimento de Queiroz poderá confirmar se esta afirmação procede.
O fato é que, há poucos dias, a esposa de Fabrício postou na rede social que considerava o marido preso, mas com poder.
“Tá preso dando ordens aqui fora, resolvendo tudo”, escreveu.
Esta manifestação teria sido considerada para o decreto de prisão de Queiroz, pois revelaria ascendência sobre outros investigados.
A preventiva não tem data para terminar. A chance de recuperar a liberdade, ainda que provisória, está no acerto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para uma delação premiada.
Com a delação, se poderá saber, realmente, por que depositou dinheiro até na conta da primeira-dama da república, Michelle Bolsonaro.
Na gíria policial, Queiroz pode ser chamado de passarinho. E já está na gaiola. Agora só falta cantar.