Em poucos dias, o pastor tenta tirar um vídeo do ar, discute com uma liderança neopentecostal e dá sinais de perturbação.
Marco Feliciano pode estar em surto?
O pastor deputado não tem conseguido conter sua ira. Ontem (19), chocado com um vídeo da Porta dos Fundos, tentou conclamar seus seguidores nas redes sociais a retirá-lo do YouTube. Poucos se dispuseram a tanto. Feliciano acha que o vídeo se enquadra no artigo 208 do Código Penal, que proíbe “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.
No Twitter, MF dava sinais de perturbação.
“Caraca segunda feira é triste, sem assunto tudo vira matéria de sites e blogs. Fiz 1 pedido no tuiter sobre 1 video fuleiro ai e bombou Kkkk”.
“E um monte de troleiros enchendo minha time line de xingamentos Kkkkkkkk to Rindo muito aqui kkkkk meu Deus! Virou até enquete no UOL Kkkkkk”
“Fico pensando aqui. Será q são tão idiotas assim? Kkkk falem mal mas falem de mim!!! Continuem por favor!!! Não parem!!! Kkkkkkkkkkkkkk”
Noves fora o português, a risada histérica é um sinal evidente de que algo não vai bem ali. Feliciano acabou acionando a Polícia Federal (!?) contra o Porta dos Fundos. Há poucos dias, ele teve outro ataque, desta vez depois de um discurso da cantora gospel e pastora Ana Paula Valadão. Na inauguração de um templo em Canoas, bairro de Porto Alegre, Feliciano ficou transtornado com a ideia de Valadão de convidar os gays “a se aproximarem da igreja”. Disse ele: “Acho que a intenção de aproximar as pessoas é boa, mas dizer que temos que aprender com eles? Quer dizer que dois mil anos de igreja não serviram para nada?”
Prosseguiu: “Daqui a alguns dias, meninos e meninas serão adotados por dois homens ou duas mulhere. São 73 deputados (da bancada evangélica), mas eu sou o único maluco que fica lutando contra tudo isso, e na hora de aparecer, correm todos. Crentes eleitos pelos seus votos são covardes”. No final, atribuiu a queda de popularidade de Dilma a desígnios divinos, dizendo-se perseguido pelo PT.
Durante um surto, são comuns manifestações de paranóia, alucinações e delírios. O psicólogo Aurélio Melo, doutor em psicologia do desenvolvimento pela USP, vê no comportamento autoritário de Feliciano, com sua homofobia e fanatismo religioso, um componente de projeção. “A pessoa se sente ameaçada pelos próprios impulsos. Sente-se inferior. Como não percebe que isso vem dela, acredita que venha de fora. Quando algo não é claro para ela mesma, ela não admite opinião discordante”.
“Ele mesmo talvez não acredite no que fala. Isso causa a perturbação”, diz Melo. “Ao invés de procurar os problemas nele, aponta para os outros. Tem medo de não ser aceito. O fanatismo torna-se uma armadura para o indivíduo se organizar psiquicamente”.
Melo enxerga um paralelo entre fanáticos religiosos e usuários de drogas (ele trata de alguns em sua clínica). “Os dependentes já acordam pensando na droga e fazendo uso dela. Com o extremista religioso, é a mesma coisa, só que em relação a Deus. A droga ou a religião viram o centro da vida, sem as quais nada faz sentido”.
Quando será o próximo surto de Feliciano? Pelo que se tem visto, não deve demorar. Por enquanto, com seu empurrão, o vídeo blasfemo conta mais de 1,5 milhão de visitas em dois dias.
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