Talvez a dedicatória mais linda da história

Atualizado em 24 de maio de 2011 às 17:54
Mill

Os ingleses são conhecidos pela sua frieza sentimental.

Mas.

Eis uma injustiça.

Contei aqui no Diário histórias assombrosamente românticas, como a do amor que uniu o Almirante Nelson e sua Lady Hamilton.

Passo a você agora palavras que me deixaram, vou repetir uma expressão, tecnicamente emocionado. É a dedicatória de “Sobre a Liberdade”, um clássico do grande pensador  liberal John Stuart Mill, um dos gênios que construíram a civilização ocidental tal como a conhecemos. A homenagem de Mill à sua mulher morta, Harriet, é simplesmente maravilhosa.

Desfrute.

À memória amada e sofrida dela que foi em parte a inspiradora, e em parte autora, do que existe de melhor em meus escritos  — a amiga e mulher cujo senso de verdade e correção foi meu maior incentivo, e cuja aprovação foi minha maior recompensa – eu dedico este volume. Como tudo que escrevi ao longo de tantos anos, este livro é meu como é dela.  Tal como é publicada, esta obra teve, apenas insuficientemente, a inestimável vantagem de sua revisão. Alguns dos trechos mereciam uma análise mais profunda, mas isso jamais ocorrerá. Fosse eu capaz de interpretar o mundo com metade dos grandes pensamentos e nobres sentimentos que estão enterrados em seu jazigo, traria à humanidade  benefícios muito acima dos que posso conseguir em qualquer coisa que escreva sem a assistência dela e sua sabedoria sem igual.