Os ingleses são conhecidos pela sua frieza sentimental.
Mas.
Eis uma injustiça.
Contei aqui no Diário histórias assombrosamente românticas, como a do amor que uniu o Almirante Nelson e sua Lady Hamilton.
Passo a você agora palavras que me deixaram, vou repetir uma expressão, tecnicamente emocionado. É a dedicatória de “Sobre a Liberdade”, um clássico do grande pensador liberal John Stuart Mill, um dos gênios que construíram a civilização ocidental tal como a conhecemos. A homenagem de Mill à sua mulher morta, Harriet, é simplesmente maravilhosa.
Desfrute.
À memória amada e sofrida dela que foi em parte a inspiradora, e em parte autora, do que existe de melhor em meus escritos — a amiga e mulher cujo senso de verdade e correção foi meu maior incentivo, e cuja aprovação foi minha maior recompensa – eu dedico este volume. Como tudo que escrevi ao longo de tantos anos, este livro é meu como é dela. Tal como é publicada, esta obra teve, apenas insuficientemente, a inestimável vantagem de sua revisão. Alguns dos trechos mereciam uma análise mais profunda, mas isso jamais ocorrerá. Fosse eu capaz de interpretar o mundo com metade dos grandes pensamentos e nobres sentimentos que estão enterrados em seu jazigo, traria à humanidade benefícios muito acima dos que posso conseguir em qualquer coisa que escreva sem a assistência dela e sua sabedoria sem igual.