Bolsonaro é garoto-propaganda de uma vasta rede do negócio da cloroquina. Por Moisés Mendes

Atualizado em 10 de julho de 2020 às 20:50
Bolsonaro vende cloroquina

Imagina-se que o Ministério Público deve estar atento às informações da reportagem de Carlos Rollsing hoje em Zero Hora.

Prefeitos gaúchos estão fazendo distribuição em massa de um kit de medicamentos considerados “profiláticos” no tratamento da Covid-19. A cloroquina está no combo.

O Ministério da Saúde libera o kit, o senador Luis Carlos Heinze (PP) atua como “interlocutor” dos prefeitos em Brasília e o governo estadual tucano faz a intermediação.

É uma rede de distribuição da cloroquina em farmácias
municipais, hospitais e postos de saúde, com a participação do governo do Estado.

Tudo com receita médica, observa a reportagem. E a pessoa que está com os sintomas assina uma declaração de que deseja tomar as drogas. Se morrer da tentativa de cura, será uma morte consentida e documentada.

Isso exime de responsabilidade os receitadores e toda a rede de distribuição? O Ministério Público deve se manifestar, mas tem que ser já.

(E um dia quem sabe fique esclarecido quem ganhou com a produção e a desova da cloroquina superfaturada do laboratório do Exército, além do fabricante privado da droga. Há suspeitas, mas é preciso identificar toda a estrutura que transformou Bolsonaro em garoto-propaganda do remédio milagroso que pode matar. Ou Bolsonaro seria o chefe do grupo?)