A violência policial mostrada pelo Fantástico deveria ser motivo suficiente para uma reestruturação completa da Polícia Militar de São Paulo.
Mas o que fez Doria? Postou uma nota no Twitter em que elogia a Polícia Militar, embora critique os policiais que aparecem em clara atitude de abuso de autoridade. Ou até tortura.
“Os policiais militares que agrediram uma mulher em Parelheiros, na Capital de SP, já foram afastados e responderão a inquérito. As cenas exibidas no Fantástico causam repulsa. Inaceitável a conduta de violência desnecessária de alguns policiais. Não honram a qualidade da PM de SP”, afirmou.
Os casos violência como esta têm se repetido com frequência alarmante desde que Doria assumiu o governo. E não se pode culpar exclusivamente Jair Bolsonaro.
O coronel Marcelino Fernandes, que chefiou até fevereiro deste ano a Corregedoria da PM, responsabilizou Doria pelo aumento da violência policial.
Quando era aliado de Bolsonaro e se elegeu com uma bandeirinha na mão e o discurso de endosso aos excessos da PM, ele emitiu sinal à tropa, que pode ser traduzido em uma frase: “Vão para cima que eu garanto”.
Elogiou os PMs que mataram 11 assaltantes em uma ação que poderia ter como resultado a prisão deles — ou pelo menos da maioria.
Prometeu contratar os melhores advogados para defender PMs acusados de excessos e afirmou que, em sua gestão, policiais atirariam para matar.
O governador colhe o que plantou.
“Quando um líder, um governador, um secretário falam, há um peso. Ele fez o que critica no Bolsonaro. Tratou segurança pública de forma política e marqueteira. Isso não deveria ter sido feito”, afirmou o coronel Marcelino Fernandes, o ex-corregedor.