Arthur Weintraub ameaça processar quem se manifestar contra indicação do irmão ao Banco Mundial

Atualizado em 31 de julho de 2020 às 15:09
Arthur e Abraham Weintraub

Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação, tem ameaçado jornalistas e influenciadores que se posicionam contra a indicação de Abraham Weintraub ao cargo de diretor-executivo do conselho do Banco Mundial. Nesta sexta-feira (30), o “homem-tocha” – como o assessor especial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é conhecido no MEC –, anunciou no Twitter que está recolhendo “provas” para processar aqueles que se manifestarem contra o caso. O primeiro alvo foi o jornalista George Marques, setorista no Congresso Nacional.

“Plantão processinho, seu amiguinho. Mais dois processinhos. Já printei e guardei links (lembrem-se de guardar link pra processar. Facilita o processo). Esse aí vai é responder no cível e criminal com o CPF dele. Vai lutar bastante”, ameaçou Arthur, orientando aliados a fazerem o mesmo.

Mais cedo, em seu perfil na rede social, George Marques havia postado uma mensagem a respeito da indicação de Abraham Weintraub ao BIRD. “Moral da história: você pode ser um terrorista da extrema-direita, pregar fechamento do STF, mas se você tiver os amigos certos conseguirá fugir do Brasil, com a ajuda de diplomatas do Itamaraty, e ainda por cima ganhar um cargo no Banco Mundial, recebendo 4 vezes mais do que no Brasil”, escreveu.

Em um comunicado divulgado na noite da quinta-feira (30), o Banco Mundial confirmou a aprovação do nome de Abraham para o cargo. O ex-ministro, que foi para os Estados Unidos logo após sua demissão, no dia 18 de junho, e receberá salário de US$ 21,5 mil mensais, o equivalente a R$ 110 mil por mês, apesar de responder dois inquéritos no Brasil, um que apura suposto racismo contra chineses e outro que apura ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na última terça-feira (28), em resposta a dois pedidos via Lei de Acesso à Informação, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que intercedeu junto à embaixada dos Estados Unidos para a obtenção do visto de entrada para o ex-chefe do MEC. O visto foi solicitado no passaporte diplomático de Abraham Weintraub, apesar dele já ter deixado o governo.

A viagem do ex-ministro de Bolsonaro aos Estados Unidos também se tornou alvo de mais um pedido de investigação. O líder do PSB na Câmara, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) do Distrito Federal abra um inquérito para investigar possíveis irregularidades relacionadas ao uso de passaporte diplomático.