É engraçada a mídia. Os comentaristas políticos pareciam, de fato, acreditar que era ruim para a imagem de Dilma a influência de Lula em sua administração.
Aí aparece uma pesquisa do Datafolha que mostra o contrário e todos parecem surpresos.
Ora.
Lula deixou o governo com um índice extraordinário de popularidade. Elegeu Dilma. Seria estranho, na verdade, que as pessoas não quisessem que ele emprestasse sua experiência para Dilma em momentos importantes. E Dilma seria tola se não consultasse o homem que a fez ser presidenta.
Imagine uma empresa. Um presidente bem sucedido se aposenta. O sucessor não deveria ouvi-lo? Claro que sim.
A mídia parece empenhada em criar artificialmente uma ponte que separa Dilma e Lula. É como se estivesse sendo dito a Dilma que para ela ser paparicada, e não tratada a pontapés como aconteceu com Lula em seus oito anos de governo, às vezes com razão e muitas vezes sem motivo nenhum, é imperioso que se afaste de seu mentor.
Dilma erraria se fizesse isso.
É o que a voz rouca das ruas, como mostra a pesquisa do Datafolha, está dizendo a ela.