Os sites de notícias que cobrem televisão informam que a contratação pela CNN Brasil dos jornalistas Alexandre Garcia e Sidney Rezende para o quadro Liberdade de Opinião não conseguiu reverter a crise de audiência que o canal de notícias pago atravessa.
Esse quadro vai ao ar ao vivo no período da manhã, durante o jornal Novo Dia, comandado por Rafael Colombo e Elisa Veeck. No Liberdade de Opinião, Sidney e Alexandre têm cerca de 20 minutos cada para manifestarem seus pontos de vista. Ele é reprisado durante a tarde e à noite na programação da CNN Brasil.
A CNN chegou a despencar 18 posições em julho, o que forçou diversas mudanças na grade para alavancar seu Ibope. Na última segunda-feira (10), exibido entre 14h45 e 15h05, a atração opinativa chegou a zerar na Grande São Paulo.
Segundo dados da Kantar Ibope publicados pelo site NaTelinha, nas duas primeiras semanas no ar, de 27 de julho a 07 de agosto, o Liberdade de Opinião com Sidney Rezende marcou 0,18 ponto na capital paulista, atingindo a 20º posição no ranking de audiência. Na mesma faixa, a GloboNews marcou 0,99 de média na liderança na TV paga. Já no PNT (Painel Nacional de Televisão), no mesmo período, o placar foi de 126 mil telespectadores para a GloboNews (2º ranking) contra 35 mil da CNN Brasil (20º ranking).
Alexandre Garcia simplesmente não alterou a baixa audiência do quadro. Na segunda-feira (10), no início da sua terceira semana, as participações de Sidney Rezende (14h45 às 15h05) e Alexandre Garcia (15h06 às 15h26) zeraram o Ibope da CNN Brasil na Grande São Paulo. Neste mesmo horário, a GloboNews marcou 8º posição no ranking com média de 0,41 ponto.
Em março, quando a CNN Brasil foi lançada, a GloboNews temia perder audiência e investiu em propaganda de rua, além de mudanças na grade. Na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, um outdoor de abrigo em ponto de ônibus foi visto em Lourdes, bairro nobre da Zona Sul. Havia também anúncio da TV paga da Globo no bairro do Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo.
A contratação de Alexandre Garcia como comentarista é a evidência da má condução do jornalismo da empresa que usa no Brasil o nome da CNN.
Na sede, em Atlanta, Geórgia, o rigor jornalístico levou a âncora Brianna Keilar, que comanda o programa “CNN Right Now”, a encerrar a entrevistava com Tim Maurtugh, assessor do presidente Donald Trump. O entrevistado estava defendendo o uso da cloroquina para tratar a Covid-19 quando a jornalista falou:
“Você falando sobre a hidroxicloroquina, eu acho que você está fazendo um desserviço para a saúde dos americanos. Você vem aqui e falar sobre como esse é um bom tratamento, quando os médicos falaram ‘não, não é’ e estudos foram cancelados”, a jornalista argumentou.
Entretanto, Tim não aceitou ser contrariado e continuou defendendo o medicamento, afirmando que ele é seguro porque é usado há 65 anos. Nesse momento, a funcionária da CNN teve que interrompê-lo novamente. “É um remédio anti-malária, não para pessoas que estão morrendo”, Brianna rebateu.
“Tim, acho que você está fazendo um desserviço real para os americanos. Eu só quero ser clara para todos, nós falamos com médicos e especialistas, inclusive com especialistas do governo federal. Isso não é algo com o qual você quer brincar, estudos foram cancelados porque a coisa é perigosa”, ela reforçou.
O assessor de Trump continuou defendendo a cloroquina e a jornalista decidiu encerrar a entrevista. “Essa conversa acabou. Eu acho que você está confundindo a situação e não está sendo útil para a saúde de ninguém”, Brianna falou e logo em seguida chamou ao vivo o médico James Phillips, para falar responsavelmente sobre o remédio.
No Brasil, a CNN não apenas permite que médicos como Nise Yamagushi defenda a cloroquina como paga um profissional para fazer propaganda do medicamento, ecoando as palavras de Jair Bolsonaro.
Zero é o que merece a CNN Brasil.