Fique calmo e siga adiante

Atualizado em 14 de junho de 2013 às 12:31
Keep calm and carry on

Keep calm and carry on.

Mantenha a calma e siga adiante.

Durante a Segunda Guerra, essa frase breve, sábia, estóica foi impressa em milhares de cartazes e espalhada pela Inglaterra.  As letras brancas estavam sobre um fundo vermelho, a cor de Londres. Ônibus (os incomparáveis doubledeckers), cabinas telefônicas, caixas de correio – o vermelho domina, embeleza e dá personalidade única à cidade.

O apelo foi ouvido.

Mesmo quando aviões alemães despejavam bombas em Londres, as pessoas seguiram adiante. Talvez não tão calmas assim, é verdade. Mas em nenhum momento o país se paralisou no estupor do pânico.

É preciso lembrar que por um momento a Inglaterra praticamente esteve sozinha no combate aos alemães, tidos nos primórdios da guerra como imbatíveis pelas táticas e armas inovadoras. Foi quando a França caíra e os Estados Unidos ainda estavam de fora.

A bravura inglesa deve muito ao primeiro-ministro Winston Churchill, um arquiconservador obeso, amante de charutos e de bebidas – e um líder com uma capacidade extraordinária de estimular seu país a resistir à avassaladora força nazista. Em discursos pelo rádio que entraram para a história, Churchill prometeu, por exemplo, que os ingleses lutariam no mar, no ar, no solo – onde fosse preciso.

Terminada a guerra, muitas coisas ficaram.

O cartaz é uma delas. É um símbolo da força do espírito inglês.

Comprei um e mandei emoldurar. É uma das coisas de Londres que quero ter comigo para sempre, onde quer que eu esteja.

Sempre que eu estiver alquebrado moralmente, aquelas palavras soberbas em sua simplicidade poderosas haverão de dizer para mim: “Fique calmo e siga adiante, Paulo.”