O Brasileirão está parecendo campeonato de várzea

Atualizado em 17 de outubro de 2014 às 14:30
Ridiculous
Ridiculous

Ladies & Gentlemen

Boss, gentilmente, me concedeu um aumento em razão da qualidade terrível das partidas que vejo profissionalmente para cobrir o “Big Brazilian” (Brasileirão) para o DCM.

Ele me traduziu algumas cartas de leitores nacionalistas irados com minhas críticas às partidas. Mas mesmo minha neurastênica e azeda mulher Chrissie, sempre disposta a me contestar, concorda que os jogos parecem ser disputados na “heath” – várzea.

Ontem oscilei entre duas partidas: a do former (ex)Almighty e a do São Paulo. Horríveis, ambas.

Primeiro, o Timão. Foi massacrado. Me pergunto: estariam os jogadores boicotando o técnico, ou apenas estão desinteressados mesmo, numa espécie de ressaca depois de conquistar títulos como a Libertadores e o Mundial?

Estou na dúvida. E imagino que os dirigentes do time também. Se os jogadores não querem mais o técnico, convém dispensá-lo logo antes que a relegation (rebaixamento) ameace o Corinthians, uma vez mais.

Ah, mas ele ganhou tanta coisa: não importa. O futebol é o único esporte no qual o passado não existe. Videoteipe não é respeitado no universo futebolístico.

O Corinthians parece, hoje, ter a impotência de um exército de eunucos. E nisso se aproxima do rival São Paulo. Os dois times simplesmente não conseguem fazer gols.

O novo técnico do Tricolor disse uma coisa engraçada depois do jogo de ontem, conforme li no Bleacher Report. “A única coisa que me dá esperança é o futebol que apresentamos contra o Grêmio.”

Ele estava se referindo à relegation. Se a esperança deriva do futebol ridiculous que o São Paulo jogou contra o Grêmio, outro time futebolisticamente detestável, então o caso é mais grave do que eu pensava. Considere: os dois melhores jogadores do São Paulo somam quase 80 anos.

Em síntese: estádios vazios, espetáculos deprimentes, escassez devastadora de gols e de lances bonitos.

Ladies & Gentlemen: Boss talvez devesse me dar, rapidamente, um novo aumento.

Sincerely.

Scott.

Tradução: Erika Kazumi Nakamura