No centro de SP, policiais transformam ciclofaixa em estacionamento. Por Jeniffer Mendonça

Atualizado em 28 de setembro de 2020 às 0:05

Publicado originalmente na Ponte Jornalismo 

Por Jeniffer Mendonça

Viatura do 11º BPM estacionado em ciclofaixa da Rua da Abolição, neste domingo (27/9) | Foto: Carlos Eduardo Nogueira

O professor universitário Carlos Eduardo Nogueira, 45, procurou a Ponte para denunciar o uso irregular da ciclofaixa da Rua da Abolição, na região central de São Paulo, por policiais do 11º Batalhão da PM. “Desde que foi inaugurada, por volta de 2016, eles estacionam as viaturas ali”, afirma.

Carlos fotografou e gravou, na manhã deste domingo (27/9), uma viatura invadindo a via. Em um vídeo, um ciclista passando pelo local desvia do veículo para seguir o caminho.

Eu costumo usar essa ciclofaixa como meu principal trajeto e porque faz conexões importantes com regiões da cidade, como [o bairro] a Liberdade e [Praça da] República”, explica o professor. “Daí a gente é obrigado a passar por outros trechos, ali pela [rua] Humaitá para não ter risco”, prossegue.

Ele também registrou na terça-feira (22/9) viaturas estacionadas na ciclofaixa do Viaduto Condessa de São Joaquim, também na região central, e interditada com uso de cones.

Em outubro de 2019, a Ponte já havia denunciado o uso irregular, conforme a postagem abaixo.

De acordo com o artigo 181 do Código Brasileiro de Trânsito, estacionar em ciclofaixa ou ciclovia é considerada infração grave sujeita a pagamento de multa de R$ 195,23.

O que diz a PM

Em nota, a assessoria de imprensa da PM informou que “em situações específicas, carros policiais, ambulâncias e veículos de combate a incêndio dispõem de livre tráfego e estacionamento quando em atendimento e devidamente identificados” e que o caso denunciado pela reportagem será apurado, uma vez que a corporação também é submetida às mesmas normas do Código Brasileiro de Trânsito.

A assessoria também ressalta que denúncias devem ser feitas pelo canal Fale Conosco do site da PM e que devem ser informados número da viatura, a data e horário do fato para apuração.

A reportagem também questionou a Prefeitura de São Paulo a respeito da denúncia, mas não obteve resposta até as 18h30 deste domingo.