Ladies & Gentlemen:
Boss me pede que eu escreva sobre Diego Costa. “Ele não foi antipatriótico?”, me pergunta Boss.
Imediatamente me ocorreu uma máxima que prezo: “O patriotismo é o último refúgio do canalha.”
Falar em patriotismo, no futebol mercenário que é jogado hoje, é uma piada. Os jogadores não têm pátria, não têm time, não têm outra coisa que os mova além do dinheiro.
Boss me conta que os atletas da seleção brasileira se enrolam ao cantar o hino nacional. Não acho, necessariamente, que eles deveriam conhecer a letra. Mas, em tempos em que o dinheiro não era tudo, você podia notar a emoção dos jogadores na hora do hino, qualquer que fosse a nacionalidade. Hoje eles parecem entediados, universalmente. Não raro arrumam seus cabelos enquanto o hino é executado. Se pudessem, pegariam um espelhinho para conferir o penteado.
Ladies & Gentlemen: me acusem de saudosista, mas nunca houve tanto dinheiro e nunca houve tão pouco talento no futebol mundial.
A última Copa do Mundo foi tão grosseira, futebolisticamente, quanto o Campeonato Brasileiro de 2013, que acompanho por questões contratuais. A diferença é que havia vuvuzelas e público na África do Sul enquanto no Brasil o que vejo são cadeiras vazias e passes errados.
Há quanto tempo não temos uma grande seleção, capaz de entrar para a história? Minha Inglaterra de 66, o Brasil de 58, 70 e 82, a Holanda e a Alemanha de 74: onde coisa parecida no futebol atual?
Fora o dinheiro, a mídia e a publicidade deram aos jogadores um estrelato que os arruína moralmente.
Neste quadro todo, como reclamar da “falta de patriotismo” de Diego Costa ao optar pela Espanha e não pelo Brasil?
A real opção dele, e de todos os outros jogadores, já foi feita há muitos, muitos anos. Eles optaram pela pátria do dinheiro.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura