Originalmente publicado em RFI
Eram sete horas da noite de terça-feira quando Trump publicou o tuíte fulminante: “a declaração recente de Chris Krebs sobre a segurança das eleições de 2020 foi muito imprecisa, já que houve muitas coisas inapropriadas e fraude”, escreveu Trump. “Portanto, com efeito imediato, Chris Krebs foi destituído como diretor da Agência de Segurança de Infraestrutura e Cibersegurança (CISA)”.
Imediatamente, Chris Krebs reagiu nas redes sociais: “Foi uma honra”. O ex-diretor de cibersegurança já havia prevenido pessoas próximas que esperava ser mandado embora.
Duas semanas após as eleições, o presidente americano continua defendendo que as máquinas de contagem teriam alterado o resultado e computado votos que seriam dele para o democrata e que o nome de eleitores mortos apareceriam como votantes. Até o momento, todas as denúncias de Trump foram rejeitadas pelos responsáveis pelo processo eleitoral que dizem não haver qualquer evidência de fraudes.
Processo de transição complicado
Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, saiu imediatamente em defesa do funcionário. “Chris Krebs é um funcionário público extraordinário e o tipo de pessoa que os americanos desejam para proteger a segurança de nossas eleições.”
A agência em que Krebs trabalhava havia enfatizado em um comunicado divulgado na semana passada, assinado por outras organizações americanas, que não havia “nenhuma evidência de um sistema de votação ter apagado, perdido ou mudado as cédulas, ou ter sido hackeado de qualquer forma”.
Alguns republicanos, como o senador Richard Burr, defendem os resultados das eleições e têm criticado a reação de Trump desde 3 de novembro. Em relação a Krebs, Burr foi a público dizer que Krebs e sua equipe “trabalharam incansavelmente para fortalecer nossa infraestrutura eleitoral”.
No meio de mais esta crise, os democratas reclamam que o governo Trump não têm garantido uma transição de poder tranquila. Biden chegou a afirmar que o atual presidente causará mais mortes desnecessárias, devido à pandemia de Covid-19, por tentar resistir à passagem de poder.
Enquanto isso, o democrata prossegue os preparativos para tomar posse no dia 20 de janeiro de 2021. O presidente eleito promete um gabinete diverso e com mais mulheres.