Publicado originalmente no perfil de Facebook do autor
POR LUIS FELIPE MIGUEL, cientista político
Escrevi várias vezes, nos últimos tempos, que as lideranças partidárias da esquerda brasileira estavam atrasadas em relação às suas bases, que compreenderam antes a necessidade de unidade na resistência.
No segundo turno parece que é o contrário, pelo menos acreditando nessa amostra limitada que são as mídias sociais.
Dirigentes e ex-candidatos do PT e do PSOL estão não só apoiando, mas entrando de fato nas campanhas progressistas onde há segundo turno.
Já entre muitos militantes (é verdade que não todos, nem a maioria, mas mesmo assim um número expressivo), vê-se um festival de mágoas e rivalidade indomada.
Psolistas vendem a narrativa (falsa) da mídia de que a eleição fechou o caixão do PT e ensaiam uma imitação prematura do hegemonismo que sempre criticaram. Petistas compram outra narrativa (falsa) da mídia e acusam Boulos de querer esconder Lula na campanha – como se o candidato, aliás, fosse o ex-presidente, não o líder do MTST.
São mais de 15 anos de separação e o pessoal parece que ainda não saiu da dor de cotovelo pesada, daquelas de ouvir Pablo tomando cachaça.