Por Geraldo Seabra
Enquanto o governo fascista de Jair Bolsonaro ainda bate cabeça para aprovar uma vacina contra a Covid-19, que já matou mais de 190 mil brasileiros, o governo socialista de Portugal do primeiro-ministro Antônio Costa começou a convocar neste sábado a população por meio de mensagens de SMS para o início da vacinação, neste domingo, 27 de dezembro, dia em que os 27 países da União Europeia também começam a vacinar suas populações.
As mensagens enviadas aos telefones celulares dos portugueses evidencia a importância que o governo dispensa à população, chamando para si toda a responsabilidade com os cuidados da saúde pública.
Aliás, em Portugal a saúde da população é garantida pelo Estado, com a medicina privada atuando de forma marginal e como coadjuvante. Os procedimentos terciários de saúde, por exemplo, são feitos quase exclusivamente nos hospitais do Sistema Nacional de Saúde, uma versão altamente melhorada do SUS brasileiro.
Nesta primeira fase da vacinação que se inicia neste domingo terão prioridade os profissionais de saúde pública (ainda se discute quando será vez dos que trabalham na rede privada), da segurança pública, dos moradores dos lares de idosos e os maiores de 65 anos que tenham alguma comorbidade, como câncer, cardiopatias, diabetes ou hipertensão, por exemplo.
Essa parte da população começará a ser atendida com o primeiro lote de cerca de 90 mil doses que chegaram na manhã deste sábado a Portugal, procedentes de Puurs, no nordeste da Bélgica e escoltada por forças de segurança até Coimbra. Agora, as vacinas estão sendo distribuídas, além de Coimbra, centros de vacinação em hospitais públicos de Lisboa e Porto para início da vacinação.
A ministra da Saúde Marta Temido, em entrevista aos jornalistas, saudou a chegada das vacinas como sendo “um marco histórico” e “um dia importante, depois de um ano tão difícil”. Desde o início da pandemia, Portugal registrou até este sábado 392.996 casos e 6.556 mortes.
“Abre-se uma janela de esperança, disse a ministra Marta Temido, mas ressaltou “que estamos no início do inverno e há ainda um combate muito difícil para fazer”. Depois de ter quase zerado o número de novos casos e mortes diárias, com a chegada do inverno a pandemia recrudesceu em Portugal – como no resto da Europa – e o país passou a registrar uma média de mais de quatro mil novos casos e 80 mortes por dia.
Por sua vez, o primeiro-ministro Antônio Costa, que se encontra em isolamento preventivo depois de manter contato com um infectado, afirmou em mensagem no Twitter que “agora temos a certeza de que há luz no fim do túnel”.
“Chegou hoje o primeiro lote da vacina anti Covid-19. Um extraordinário esforço da Ciência, uma coordenação exemplar da União Europeia. Temos pela frente vários meses de trabalho bem planeado”, disse o primeiro-ministro, mas advertindo que “ainda não saímos do túnel. Por isso, ainda é cedo para baixar a guarda e relaxar nas medidas de proteção. Com determinação reforçada por este momento de esperança”.
Por “cedo para baixar a guarda”, entenda-se que Portugal continuará sob estado de emergência, que vem sendo renovado desde o recrudescimento da epidemia e que envolve limites de horário para funcionamento de restaurantes e e de atividades não essenciais, proibição de viagens entre conselhos (municípios) recolher obrigatório das 13 horas de sábado até às 5 horas de domingo e das 13 horas de domingo até às 5 horas de segunda-feira nos conselhos onde é elevado o número de casos.