Canalhice: para Eliane Cantanhêde, Lula não merece um julgamento justo porque isso beneficia Bolsonaro

Atualizado em 30 de dezembro de 2020 às 16:05
Eliane Cantanhêde. Foto: Reprodução/YouTube

No Estadão de hoje, Eliane Cantanhêde faz um terrorismo que será ainda muito visto até o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro pelo STF.

Segundo a tucana lavajatista, ao abrir os arquivos da Vaza Jato para os advogados de Lula, o ministro Ricardo Lewandowski “tirou o pino da granada”.

Vem por aí, alerta, “uma explosão política” com “estilhaços nas eleições presidenciais de 2022”.

“Lewandowski escolheu o momento a dedo, com o Supremo já em chamas”, aponta.

Ele “joga lenha, álcool e palha na fogueira do Supremo em 2021”. Sim, é o roteiro de “Inferno na Torre” adaptado para a picaretagem jornalística.

“A sinalização é pró-Lula, anti-Moro”, decreta. Lewandowski, determina Eliane, é “petista” e “age sempre na mesma direção: a favor de Lula”.

Junto com ele estão os comparsas Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello.

E então Eliane dá a cartada final: uma decisão favorável ao ex-presidente significará, necessariamente, uma vitória para Bolsonaro e seu filho Flávio.

Ela resume:

“Qualquer decisão benevolente com Lula tende a ter correspondência nos processos contra o senador Flávio. E, se os processos são anulados e Lula se torna elegível, isso vai eletrizar o País e acirrar a polarização Lula versus Bolsonaro em 2022, o que ainda é favorável ao capitão, como em 2018. Ao garantir uma ‘reparação’ para Lula, o Supremo pode acabar beneficiando Bolsonaro.”

Ora, por que essa equivalência automática?

Existe no Direito a máxima que reza que “cada caso é um caso”. Para Eliane, isso não conta.

Temos, portanto, um cidadão que não pode ter um julgamento justo e imparcial porque, de acordo com Eliane Cantanhêde, isso vai favorecer um outro cidadão de quem ela não gosta.

Na casa dela é assim?

Se um filho, digamos, é acusado sem provas de espancar a irmã, ela não o inocenta porque isso será bom para o primo ladrão?

A carrada de ilegalidades cometida por Moro, Dallagnol e cia. não vem ao caso. Quando se trata de Lula, os fins justificam os meios.

O Brasil veio parar nesse buraco por causa desse tipo de raciocínio torpe.

A cada dia que a mídia reclama da canalhice de Jair Bolsonaro, é preciso lembrar que essa calhordice está há muito tempo nas páginas de jornais como o Estadão e na tela da Globo.