Chega da omissão do Cremesp com negacionismos assassinos. Por Tiago Barbosa

Atualizado em 13 de janeiro de 2021 às 14:43
Guerra da vacina, sem vacina. Por Fernando Brito. Foto: Reprodução/Tijolaço

POR TIAGO BARBOSA

A ciência garante a segurança e a eficácia das vacinas contra a Covid-19, o antídoto vital frente a uma carnificina agravada no Brasil pela completa inapetência assassina de um miliciano negacionista.

O debate sobre as minúcias técnicas e os índices percentuais de proteção compete – sobretudo – aos cientistas e aos formuladores de políticas sanitárias para garantir o acesso universal da população.

À sociedade cabe a pressão para obrigar uma gangue de incapazes na órbita da presidência a permitir o livre trabalho do SUS, sistema outrora invejado no mundo todo pela bem-sucedida cobertura vacinal do Brasil.

Na pandemia de H1N1, em 2010, o país imunizou 81 milhões de pessoas em três meses – mas, à época, existia governo (Lula), e Bolsonaro era só um parasita restrito à Câmara dos Deputados.

O passado exitoso chancela o sistema público a garantir a imunização coletiva e interromper a marcha fúnebre, crescente e insuportável da média de mortes diárias no Brasil.

Contagem insuflada por uma praga anticiência de tratamentos ineficazes difundida por ignorantes e canalhas sob a conivência criminosa de quem devia zelar pela saúde.

A mobilização coletiva precisa aniquilar essa virulência do negacionismo espraiada nas imbecilidades do delinquente da presidência e ecoada pelo capataz da iniquidade ocupante do Ministério da Saúde.

Ao relinche de Bolsonaro sobre a confiabilidade da CoronaVac (“Essa de 50%5 é uma boa?”), é preciso contrapor uma pressão sobre órgãos de fiscalização como procuradoria e conselhos de medicina, submersos na leniência e apatia frente à obrigação de proteger a vida.

Ex-presidentes do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) reagiram, recentemente, com uma carta contundente para cobrar responsabilidade e punição aos pares pela genuflexão à estupidez através da prescrição de medicamentos ineficazes contra a doença, mal prevalente na categoria ignorado pelo Conselho Federal.

“Infelizmente, há médicos que engrossam as fileiras da desinformação catastrófica”, reconhece o texto, também uma cobrança pelo início da vacinação.

Parte da categoria faz eco, no país inteiro, a um obscurantismo forjado para blindar com teses infundadas e nocivas a total incompetência do general Pazuello, um milico cuja lerdeza à frente do cargo faz da rotina um interminável Dia D de desmoralização da logística militar.

Chega de omissões e negacionismo assassinos. A vida implora passagem. Vacina já!