Mesmo após Pazuello negar, aplicativo do Ministério da Saúde recomenda cloroquina

Atualizado em 20 de janeiro de 2021 às 8:31
Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello Foto: SERGIO LIMA / AFP

Nesta semana, Pazuello mentiu que nunca indicou cloroquina para tratar pacientes com covid-19.

Ele também inventou que o Ministério da Saúde orienta “atendimento precoce” e não “tratamento precoce”.

No entanto, na última quinta (14), a pasta lançou o aplicativo TrateCov para auxiliar no diagnóstico de covid-19 e auxiliar pacientes.

O aplicativo oficial, no entanto, tem prescrito cloroquina, ivermectina, azitromicina e outras drogas sem comprovação científica contra o vírus.

Após preencher um formulário, que questiona desde os sintomas até onde se esteve nos últimos dias e se esteve em aglomerações, o programa tem indicado os remédios para diversos casos, não somente quem tem suspeita de covid-19.

O jornalista e programador Rodrigo Menegat explicou que o site receita as drogas ao paciente que “reúne um mínimo de pontos que indicam a probabilidade de ele ter covid-19”.

Segundo ele, os únicos medicamentos que o aplicativo foi programado a receitar são ivermectina, cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, sulfato de zinco, doxiciclina, zinco e dexametasona.

“Não importa a combinação, a exposição a risco, a janela de tempo. O que importa é somar os pontos mínimos”.

https://twitter.com/RodrigoMenegat/status/1351762490942754819?s=20

https://twitter.com/RodrigoMenegat/status/1351762494436597760?s=20

Vários testes foram feitos na plataforma e a prescrição tem sido feita até para pacientes com cefaleia e dor nas costas.

Internautas têm criado pacientes fictícios para rodar testes no aplicativo e o resultado é sempre o mesmo: o tal “tratamento precoce”.

Confira:

https://twitter.com/demori/status/1351516405385076740?s=20

https://twitter.com/RodrigoMenegat/status/1351739947057868802?s=20