Publicado no Blog do Moisés Mendes
Descobrimos hoje cedo que temos outro Leite no café da manhã. No dia 12 de fevereiro, em entrevista à Folha, o governador gaúcho deu a receita para enfrentar os tempos difíceis e Bolsonaro: agir com sensatez e moderação e não com críticas e oposição sistemática ao governo.
Leite tentava fazer média com a faixa do eleitorado de extrema direita, como fez na campanha que o elegeu, e não incomodar Bolsonaro, enquanto todos os governadores já incomodavam.
O que fez agora Leite para tentar calibrar o discurso de pré-candidato à presidência da República? Partiu ontem para o ataque a Bolsonaro, que dois terços do Brasil chamam de genocida há meses.
É forte o que ele disse ontem em uma live:
“Não adianta evocar Deus e colocá-lo acima de todos, porque Deus coloca a vida em primeiro lugar. Então se é para obedecer um mandamento divino, lembre-se que está entre os mandamentos não matar, e um líder na posição dele, que despreza os cuidados sanitários e despreza a sua gente, buscando algum proveito político ou se desfazer de algum prejuízo que possam causar as medidas que devem ser tomadas, infelizmente está matando”.
O tucano tenta se acomodar em algum lugar que o retire da situação constrangedora de ser um apertador de mão de Bolsonaro, enquanto João Doria e Luciano Huck se colocam como os antibolsonaristas da direita.
Já não temos mais um Leite desnatado, mas ainda não sabemos direito o que temos. Algo com mais sais, lipídeos, vitaminas e gordura? Seria bom consumir com moderação.