“O sistema hospitalar começa a entrar em colapso”, noticia o El Mundo, um dos jornais de maior circulação na Espanha.
“Um ano depois, o Brasil vive nestes dias a pior fase da pandemia do novo coronavírus. Os estados vão caindo como peças de dominó”, relata Joan Royo Gual, correspondente do periódico espanhol.
“Se há algumas semanas a situação mais trágica era vivida em Manaus, na Amazônia, onde a falta de cilindros de oxigênio nos hospitais ultrapassou as piores previsões, agora é a vez do resto do país, começando pelo sul”, afirma.
O “colapso” brasileiro também repercute na Itália, onde o jornal Il Fatto Quotidiano diz que “Bolsonaro ainda boicota máscaras e distanciamento”.
“O país está vivendo seu pior momento da pandemia, mas o presidente continua sua batalha sabotando as regras básicas para barrar os contágios e chegando a ameaçar de cortar a transferência federal entre estados e municípios que decidirem adotar o ‘lockdown’. Deu sinal verde à aquisição de vacinas. Mas o plano de imunização, depois de atrasos e erros logísticos, não decola”, afirma.
“É uma guerra na qual vive o Brasil nos tempos da Covid. Depois de negacionismo, caos e falta de vontade política, os cenários futuros são imprevisiveis”.
“Diante de uma violenta onda de Covid, o sistema sanitário nacional está próximo de um colapso generalizado”.
“Não obstante, a contrariedade inicial depois de boicote e numerosas declarações públicas contra o uso da vacina anti-Covid, o chefe de Estado teve que aceitar pelo menos isso”.
Em Portugal, a TSF, uma das principais rádios de notícias do país, corrobora a percepção europeia do presidente brasileiro. “Bolsonaro desvaloriza situação crítica do país”.
“Bolsonaro, um dos líderes mundiais mais céticos sobre a gravidade da pandemia de Covid-19, que chegou a apelidar de ‘gripezinha’, usou o Twitter para insistir na crítica às medidas de confinamento para combater a crise sanitária”.