A situação dos principais hospitais na cidade de São Paulo com atendimento em UTI para pacientes com covid já é de calamidade. Na rede privada, pelo menos quatro grandes hospitais privados da capital paulista – Einstein, Oswaldo Cruz, BP e São Camilo – afirmam que atingiram nos últimos dias 100% de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para internados com covid-19.
Na rede pública, a situação vai caminhando para o mesmo quadro de colapso. Relatos de médicos que trabalham no Hospital Universitário da USP, na zona Oeste da capital, por exemplo, dão conta de uma espera por 48 horas por um leito de UTI.
Com isso, muitos protocolos de saúde básicos de atendimento emergencial estão sendo radicalmente alterados. Médicos da rede pública, conforme apurou o DCM, estão sendo orientados a “dar alta aos pacientes de UTI no menor sinal de melhora para vagar o mais rápido possível antes do que alguém da fila de espera morra”, como contou uma médica, que pediu para ter sua identidade preservada, do Hospital das Clínicas, também na zona oeste da cidade.
Já no HU, as ambulâncias do Samu são temporariamente feitas de leito de UTI quando alguém se aproxima do óbito ainda a espera de uma vaga.
Em outro procedimento inusual, pacientes com saturação de oxigênio abaixo de 85% ou até 80% no sangue seguem longe da UTI. Em tempos normais, pacientes com índice de 90% de saturação já são intubados.