Por Mercadante
Este é um dia histórico.
O reconhecimento da grotesca parcialidade do Juiz Sérgio Moro, nas ações encetadas contra Lula sem uma única prova, faz, ainda que tardiamente, justiça à maior liderança popular da história do Brasil.
Enganam-se, contudo, aqueles que consideram que essa é apenas uma vitória pessoal de Lula.
É muito mais do que isso.
É uma vitória do estado democrático de direito sobre o autoritarismo, o arbítrio judicial e o lawfare.
É uma vitória dos direitos e das garantias individuais contra os excessos e o arbítrio de agentes de um Estado que vinha flertando perigosamente com a exceção autoritária.
É uma vitória da democracia contra os saudosistas das ditaduras e das perseguições políticas.
É uma vitória da justiça contra a injustiça.
Ao fazer justiça ao ex-presidente, a 2ª turma do Supremo Tribunal Federal, nas figuras da ministra Carmen Lúcia, do ministro Lewandowski e do titânico ministro Gilmar Mendes, recoloca a Suprema Corte no papel fundamental de guardiã da Constituição e dos direitos e das garantias individuais de todos os brasileiros e brasileiras.
Embora essa decisão repare um direito de Lula, ela não é capaz de apagar os 580 dias em que ele ficou preso e nem os danos contra a honra e a dignidade do ex-presidente e de sua família.
Ela também não é capaz de apagar o profundo dano que a Lava Jato causou à democracia do Brasil, impedindo Lula de concorrer e insuflando a candidatura, afinal exitosa, de um fascista genocida.
Mas, nesses dias trágicos e sombrios, ela lança luz para o futuro do Brasil. Lula, o candidato do povo, poderá concorrer nas próximas eleições.
Assim, mais do que qualquer outra coisa, esta é uma vitória da esperança contra o ódio e da vida contra a morte.
Lula, o coração do povo, volta a bater
Aloizio Mercadante, ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo