Publicado originalmente no Tijolaço:
Por Fernando Brito
A Folha publica, hoje, a patética notícia de que o decaído MBL estaria pesquisando a possibilidade de lançar Danilo Gentili, o cara que acha engraçado ser grotesco, como candidato à Presidência e que este teria, com 4% das preferências “empatado com Luciano Huck, João Doria, Luiz Henrique Mandetta e Ciro Gomes”.
Melhor abster-se, em nome da boa educação, de comentar este tipo de “candidatura”, em se tratando de tão deprimente pessoa.
Mas é significativo observar como a direita brasileira, órfã em sua aventura bolsonarista, continua “batendo cabeça” em sua desesperada tentativa de buscar um personagem – serve até mesmo um desqualificado como aquele – para fugir da realidade posta: a de que é Lula a ferramenta que se tem para vencer Jair Bolsonaro nas eleições e que isso não será fácil.
Desde muito antes da pandemia, sempre foi evidente (e dito aqui) que o objetivo político do atual presidente era (e é) ser o imperador da direita, o “Rei do Gado”, e impedir que qualquer outro crescesse neste campo. Não há o que desautorize dizer que, nisso, foi extremamente bem sucedido.
Outra pesquisa, divulgada ontem à noite, a do banco XP e do Ipespe mostra que o ex-capitão segue firme nesta posição e que, exceto a provável candidatura de Lula, todas os outros nomes que se oferecem (que, somados, alcançam pífios 6% nas menções espontâneas) minguam a olhos vistos.
A tacanhez de nossa direita é assim: prefere continuar a ser aniquilada pelo bolsonarismo do que aliarem-se a aquele que pode, vencendo, retirar os fios de arame farpado com que Jair Bolsonaro prendeu, no seu cercado, o terço de eleitores que o conservadorismo sempre teve.
Na sua pobreza de quadros e de programas para o Brasil, não resiste a uma fantasia, que termina de forma trágica. Primeiro Aécio, depois Moro, Bolsonaro a seguir e, agora, o “Cinderelo”, seja quem for, até mesmo outro pateta grosseiro e estúpido.