‘Internação de Kajuru lembra tática miliciana de Queiroz’, diz Paulo Pimenta sobre áudio vazado de Bolsonaro

Atualizado em 12 de abril de 2021 às 16:16
Kajuru e Bolsonaro

Juntar Bolsonaro com Jorge Kajuru coisa boa não pode dar.

Foi o que aconteceu neste domingo, 11, quando o senador (Cidadania-GO) divulgou áudio de uma conversa com o presidente em que os dois cometem todo tipo de crime contra a democracia, ameaçando inclusive ministros do Supremo Tribunal Federal.

Mais tarde, Kajuru informou que Bolsonaro sabia da gravação e que o áudio seria divulgado em suas redes sociais.

Nitroglicerina pura que explodiu na manhã desta segunda, quando o presidente negou que tivesse conhecimento, reclamou de ter sido gravado e, provavelmente antecipando mais problemas, afirmou que sua fala não se resumia ao que foi divulgado.

Kajuru passou mal com a repercussão e foi internado, não sem antes mostrar outro trecho da gravação envolvendo ameaças do presidente ao também senador Randolfe Rodrigues.

No meio político não se fala em outra coisa.

Paulo Pimenta disse tratar-se de conversa de bandidos. “Diversos crimes de responsabilidade foram cometidos por ambos”, disse o deputado pelo PT-RS.

Pimenta desconfia da internação de Kajuru. Diz que se trata do mesmo expediente utilizado por Queiróz no auge da ‘rachadinha’ – esquema no qual subtraía salário dos assessores de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual pelo RJ.

O deputado também disse que Kajuru passou mal porque pode ter sido ameaçado pelas milícias controladas pelo mandatário e seus filhos.

“Muito estranho que Flávio Bolsonaro tenha representado Jorge Kajuru no Conselho de Ética do senado”, disse, lembrando que Flávio já viveu um mal estar parecido ao do colega durante um debate à prefeitura do Rio quando passou mal e fez cocô nas calças.

“Essa história está cheirando mal como naquele dia no estúdio”, disse.

O deputado fala em confiscar o celular de Jorge Kajuru, lembrando o sumiço dos 13 aparelhos do capitão Adriano, miliciano envolvido com os esquemas do clã presidencial e assassinado na Bahia.

Pimenta pergunta o motivo de tanto medo da CPI da Covid e do envolvimento do ex-ministro Pazuello nos interrogatórios.

“Seria por que medicamentos, como cloroquina e outros, foram superfaturados? Alguém ganhou muito dinheiro com isso”.

A história mal contada tem de ser esclarecida, diz Pimenta, lembrando que a prova do crime é o aparelho celular do senador.

“Agora essa CPI tem que sair e o STF tem que mandar urgentemente confiscar o aparelho do senador Kajuru”, diz.

O deputado finaliza dizendo que o episódio pode acelerar a ida de  Bolsonaro e filhos ao presídio de Bangu, no Rio de Janeiro.

“Dois bandidos tramando para cometer um crime. Isso é inadmissível”.

https://twitter.com/DeputadoFederal/status/1381605479906828291