Publicado originalmente em O Tijolaço:
A troca do cargo de Secretário do Tesouro, do qual sai Waldery Rodrigues – notório arrochador de despesas públicas – e entra Bruno Funchal, que já mostrou ser flexível ao ponto de dizer não espera que Jair Bolsonaro faça “populismo” com recursos públicos com a aproximação das eleições, é só o primeiro capítulo da lenta degola de Paulo Guedes já vem sendo submetido e que vai começar a se tornar pública.
Ontem, em seu programa no Youtube, o jornalista Luís Costa Pinto antecipou este e, ainda, o próximo passo: a provável indicação do seu inimigo figadal, Rogério Marinho, a quem chama de “ministro fura-teto, para chefiar a recriação do Ministério do Planejamento, que vai assumir a natureza de “Ministério das Emendas Parlamentares”, pois vai se dedicar essencialmente em garantir a liberação e execução das emendas parlamentares.
Quem vai assumir a “quase metade” da Economia é chamado de “chefe de gangue” por Guedes e, portanto, pode-se adivinhar como será o convívio de ambos.
Como as despesas discricionárias -as não-obrigatórias – estão praticamente reduzidas a zero, o conflito entre Fazenda (porque também o Ministério da Economia, ao menos na prática, vai se reduzir à mera função arrecadatória, ainda mais que com a recém-concedida autonomia do Banco Central) e o “MEP” de Marinho vai ser um traço permanente e contínuo da administração dos recursos públicos.
Por mais que o “mercado” seja indulgente com o governo Bolsonaro, tolerando dele o que jamais aceitaria de um governo minimamente comprometido com o povo brasileiro, um arranjo destes não pode funcionar e dar segurança e coerência à administração econômica do país.
Isso, claro, se Paulo Guedes resistir à sua própria estupidez