A aplicação da 2ª dose da Coronavac em Porto Alegre foi marcada por aglomerações e filas enormes.
O DCM recebeu de um leitor imagens de um posto de saúde lotado na cidade, com filas que dobravam o quarteirão.
Saulo Wanderley, de 65 anos, relata que tomou a primeira dose da vacina em 6 de abril e foi “muito bem atendido, permanecendo meia hora na fila”.
Ficou marcado para ele receber a segunda dose 15 dias depois, porém o estoque havia acabado. “Liguei para o posto onde tomei a primeira dose no dia 20/04 (um dia antes) e me disseram que não tinha mais Coronavac.”
Na última segunda-feira (3), a prefeitura resolveu vacinar os idosos acima de 60 anos em apenas 3 postos, entre os 32 disponíveis na cidade.
Dois dias depois, chegou a vez de Saulo, mas a decisão do prefeito Sebastião Melo (MDB-RS) teve um resultado catastrófico.
“Cheguei às 8h no posto de saúde do IAPI, o mais próximo da minha residência, e me deparei com três filas em volta do quarteirão”, afirma ele.
Saulo diz que acompanhou a primeira fila das 8h até as 10h, quando ficou sabendo as doses seriam insuficientes.
“Às 10:15 começou uma chuva razoável e resolvi desistir, pois a coisa parecia fora de controle”, alega.
Mais de 66 mil pessoas estão com a imunização atrasada em Porto Alegre. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recebeu um total de 4.890 doses da Coronavac em nova remessa, o que não foi suficiente para atender o público.
Ao deixar o posto de saúde, Saulo notou que, além dos idosos, profissionais de saúde e da polícia penitenciária também se aglomeraram em filas diferenciadas.
Para ele, a desorganização se dá principalmente pela bateção de cabeça entre o prefeito e o governador do estado: “O resumo da ópera: descontrole geral da gestão municipal, em conflito com a estadual. Aqui lutam a pau o prefeito Melo e o governador Eduardo Leite.”