A jornalista Carla Vilhena, da CNN, fez uma manifestação corajosa na sexta-feira (7) ao falar em “suspeitos entre aspas” ao referir-se aos mortos da chacina no Jacarezinho. Tal fato foi saudado no Twitter por Jones Manoel, que o considerou como uma abordagem digna. Nesse sábado, Vilhena voltou ao tema e fez as seguintes considerações em seu perfil pessoal:
Uma das tentativas sórdidas das mentes binárias é empurrar as pessoas para um discurso que elas nunca fizeram. Como se defender a justiça e a legalidade nos colocasse contra o trabalho policial. Obviamente essa é uma forma simplória de armar uma narrativa para incitar a população contra o jornalismo sério e responsável, e sobretudo comprometido com a democracia. Um dos pilares da democracia, aliás, é a certeza de um julgamento justo, com direito à ampla defesa, e a uma sentença condizente com o delito. Isso não exclui a importância do trabalho policial.
Respeito e aplaudo o policial comprometido com a sociedade, que arrisca sua vida diuturnamente para nossa proteção. E reitero que a falta de uma política de segurança pública, que continua colocando policiais em situações de “enxugar gelo”, é nociva para os próprios policiais.
O policial que morreu na operação no Jacarezinho é mais um de centenas de baixas na nossa força policial. Vítima dessa “política” que não ajuda a mudar a realidade e atende apenas à sede de sangue da população da Zona Sul.
Isso não traz proteção para nossos policiais.
Isso não traz proteção para os cidadãos.
Isso não traz proteção para as comunidades.
Isso não diminui a violência.
Isso não nos faz uma sociedade melhor.
Isso não alivia a dor do Rio, que sofre há 40 anos com essa política fracassada.
Desde o começo de 2020, a imprensa tem se dedicado a entender, reportar, pesquisar e comunicar todos os dados, informações, pesquisas e fatos relevantes relacionados à doença e ao combate à pandemia.
Erros foram cometidos, mas o intuito geral é o de prestar serviço à população.??— Carla Vilhena (@carlavilhenaa) January 29, 2021