Como Diogo Mainardi, Pedro Bial não consegue sair de 2015. Sua chance de se lavar é entrevistar Lula

Atualizado em 8 de maio de 2021 às 18:16
Bial no Manhattan Connection

Pedro Bial tem um problema e ele se chama Lula. A Globo tem outro problema e ele se chama Pedro Bial.

O veterano apresentador está em flagrante descompasso com a emissora.

Bial parou em 2015 em seu ódio lulopetista.

Seus empregadores tentam olhar para a frente por uma questão de sobrevivência. Esse movimento passa, inevitavelmente, por Lula, que os Marinhos desprezam, mas reconhecem o bom tratamento que lhes foi dispensado.

O candidato petista é a alternativa de centro. Sim, de centro.

Míriam Leitão já entendeu o espírito e vem deixando clara em sua coluna a falsa equivalência entre o ex-presidente e o delinquente no Planalto.

Ascânio Seleme, ex-diretor de redação do Globo, também sacou que Lula “parte para o terceiro mandato” após o STF decidir pela parcialidade de Sergio Moro.

De acordo com Seleme, o homem que deu o troféu “Faz Diferença” a Moro em outra era, “muito provavelmente” Lula vai “se eleger outra vez”.

Quando foi ao “Manhattan Connection” e cometeu aquela piada estúpida do polígrafo, Bial estava deixando claro que não entendeu nada.

A censura à filha de Beth Carvalho, Luana, que teve sua fala sobre Lula cortada, pegou mal internamente e gerou um desgaste desnecessário.

O mundo girou, a lusitana rodou, Moro e Dallagnol viraram poeira da história, a Lava Jato morreu, um fascista virou presidente — e Pedro Bial continua congelado no antipetismo rastaquera.

Paradoxalmente, sua chance de redenção é exatamente uma entrevista com Lula para lavar a biografia. 

Como Nelson Piquet, Mainardi ou um CD de Michel Teló, Bial ficou no passado — e seu futuro pode estar às margens do Tietê, na TV Cultura.