A aproximação entre FHC e Lula contra a barbárie personificada por Bolsonaro acendeu o sinal amarelo no círculo íntimo de João Doria.
Aliados do governador de São Paulo veem cada vez mais distantes as chances do gestor conseguir a vaga do PSDB para a disputa da presidência da República no ano que vem.
Esses aliados identificaram a digital do deputado Aécio Neves na aproximação entre o ex-presidente tucano e o petista.
Uma vitória de Lula sobre Bolsonaro, com apoio ainda que não explícito do PSDB, seria o melhor dos mundos para o deputado tucano de nome sujo desde que veio à tona a gravação dele pedindo propina para Joesley Batista, dono da JBS.
Aécio, que é íntimo de FHC, é inimigo de Doria e não dá espaço para o gestor no diretório nacional do PSDB. O governador de SP já chegou a pedir a sua expulsão do partido.
No entendimento dos tucanos próximos a Doria, a melhor alternativa para Aécio seria somar com Lula, com quem sempre teve uma boa relação, e contar com a boa vontade do petista para limpar sua barra junto à opinião pública caso chegue pela terceira vez ao Planalto.
Se esse fosse o único problema a vida do gestor estaria uma maravilha: difícil será explicar aos aliados o desejo de concorrer à reeleição caso não se viabilize na corrida ao Planalto.
Doria acaba de filiar o vice, Rodrigo Garcia, no PSDB, com a promessa de apoiá-lo na eleição do ano que vem. Junto com isso, rifou Geraldo Alckmin que também batalha pela legenda.
Resumo: traiu Geraldo e, para tentar a reeleição, teria de trair também Rodrigo Garcia.
No PSDB, a conversa é de que Doria se revelou um péssimo articulador político. Afoito, pretensioso, fechou portas no estado e no âmbito nacional.
E agora corre o risco de morrer na praia:
“Não vejo a menor condição dele disputar a reeleição ao governo do estado”, disse um tucano ao DCM pedindo anonimato.
Doria hoje é um homem só.