Publicado no Brasil de Fato
Nesta quarta-feira (26), movimentos populares realizam manifestações pelo país reivindicando o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a vacinação e testagem em massa da população brasileira contra a covid-19 e o aumento no valor do auxílio emergencial.
Embora as manifestações sejam presenciais, as convocatórias ressaltam a necessidade de evitar aglomeração e seguir todos os protocolos sanitários para evitar contágio e propagação do coronavírus.
Já pela manhã foram registrados protestos em Brasília (DF), Maceió (AL), Cabo de Santo Agostinho (PE), Goiânia (GO) e Florianópolis (SC). Em todos os lugares, a palavra de ordem foi: “O povo quer vacina no braço e comida no prato”.
Em Cabo de Santo Agostinho, a cerca de 35 quilômetros da capital pernambucana, Recife, moradores da Ocupação Vila Claudete também se manifestaram contra uma ordem de despejo emitida pela Justiça Federal a ser executada até o dia 12 de junho.
Em Brasília, centrais sindicais e movimentos populares iniciaram o protesto às 10h30, em frente ao Congresso Nacional. “Esse ato tem uma importância fundamental, porque o vírus é muito perigoso, mas Bolsonaro é mais perigoso ainda. Por isso nós temos que nos arriscar saindo de casa para fazer esse tipo de manifestação para colocar fim ao governo genocida de Jair Bolsonaro”, afirma Oton Pereira Neves, secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep-DF).
Sônia Zerino, secretária de Assunto das Mulheres da Nova Central, que participa da manifestação, afirma que a “pauta maior é o auxílio emergencial de R$ 600 contra a fome e a miséria. Porque o que dá para fazer com um auxílio de R$ 250 quando só o bujão de gás é R$ 100? Então quem não morre por covid-19 morre de fome. A gente precisa levantar a bandeira de vacina no braço e comida no prato”, afirma Sônia Zerino, secretária de Assunto das Mulheres da Nova Central, que participa da manifestação.
No protesto de Brasília, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), levou alimentos orgânicos da reforma agrária para doá-los aos manifestantes. “Enquanto classe trabalhadora, movimentos e sindicais, trouxemos nossa pauta unificada para dar a nossa voz contra esse governo genocida, que não pensa na vida. Estamos aqui para provar que a classe trabalhadora também consegue ajudar a própria classe, dividindo o que temos, como um ato de solidariedade, que nesse momento está passando fome e pelo desemprego”, afirma Sandra Cantanhede, da Direção Nacional do MST.
Vacinação e pandemia no Brasil
Até às 20h desta terça-feira (25), 42.991.742 de pessoas receberam a primeira dose de imunizante, segundo o consórcio de veículos de imprensa. O número representa 20,30%. Já a segunda dose foi aplicada em 21.214.582 pessoas: cerca de 10% da população. No total, foram aplicadas 64.206.324 doses.
Entre os 26 países que já vacinaram mais de 5 milhões de pessoas com duas doses de imunizante contra o novo coronavírus e que mais aplicam por dia doses de vacina a cada 100 pessoas, o Brasil está em 20º lugar, de acordo com a plataforma Our World In Data. Porém, dentre os mesmos 26 países, aqueles que mais registram mortes por covid-19 diariamente, a cada um milhão de pessoas, o Brasil sobe para 5º lugar.
Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Brasil chegou a 452.031 vítimas fatais da infecção causada pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, após registrar, até às 18h desta terça, 2.173 óbitos óbitos em 24 horas. No mesmo período, foram 73.453 novos casos de covid-19, totalizando 16.194.20 desde março do ano passado. A média móvel diária dos últimos sete dias é de 65.910 casos e de 1.854 mortes.