O que impressiona na jornada de Bruno Toscano, o organizador da Marcha da Família, é que ele ainda esteja solto.
O que mais ele precisa fazer para ser preso?
Matar pessoas como outro desequilibrado de direita, o norueguês Anders Breivik?
Toscano é uma bomba prestes a explodir, como mostra a página incrivelmente agressiva que ele mantém no Facebook.
Ele ameaça, ele calunia, ele insulta, ele instiga ódio e violência, tudo sem nenhuma cerimônia.
É um caso psiquiátrico ou policial, e a sociedade tem que ser protegida disso.
Toscano é o exemplar mais vistoso de um tipo que prolifera na internet: o extremista de direita, o desvairado conservador, o fundamentalista sem freio.
A parte mais simples dele são as calúnias. Dilma é “bandilma” e Lula o “presidente ladrão”. Isso quando ele está calmo, o que nem sempre ocorre.
O filho de Lula e a filha de Dilma são outros alvos habituais dele. Toscano lhes atribui fortunas e mansões hollywoodianas.
Em países de justiça que funciona, ele teria que provar as acusações. Mas no Brasil a certeza da impunidade faz dele uma fábrica sórdida e imparável de acusações.
Ele já falou abertamente em “pegar em armas”. Vamos esperar que ele pegue? Para depois dizer que estava na cara?
Nos últimos meses, vem implorando aos militares que tomem o poder. Incitação a golpe é permitido?
É interessante ver quem inspira Toscano.
Sua página no Facebook está recheada de artigos e citações da Veja. Ele usa a palavra “petralha”, da qual Reinaldo Azevedo parece se orgulhar como se tivesse escrito Guerra e Paz.
Toscano é filho da Veja.
Se alguém tem dúvida do mal que uma revista pode fazer ao propagar ódio direitista em quantidade copiosa todas as vezes que vai às bancas, quinze minutos na página de Toscano esclarecem tudo.
Mas de novo: o que realmente é digno de nota é, com toda a sua ação criminosa na internet, Toscano esteja com total liberdade para fazer as coisas que ameaça fazer.