A ex-mulher do general Eduardo Pazuello procurou a CPI da Covid se oferecendo para depor.
Andréa Barbosa é o nome dela.
De acordo com Lauro Jardim no Globo, ela enviou um e-mail elencando os pontos que “poderia abordar num depoimento sobre atos que têm o ex-marido como protagonista”.
Omar Aziz, presidente da comissão, diz que, se houver uma conversa prévia com Andréa para decidir sobre o seu testemunho, será feita com outros senadores.
Pazuello vem de uma família muito rica que fez fortuna em Manaus.
O irmão, o empresário Alberto Pazuello, foi acusado de participar nos anos 90 de “A Firma”, um grupo de extermínio que atuava na cidade com participação de policiais civis e militares e o apoio ou conivência de autoridades da segurança pública estadual.
Alberto foi preso em flagrante com duas adolescentes. A mais velha estava beijando seus pés quando a polícia entrou, relatou o Estadão.
Andréa é o que Fausto Fawcett chamava de “loira belzebu”. Nas redes, se refere a Bolsonaro como “Bozo” e diz que ele é “nocivo para nós, mulheres”.
Já expôs o ex-marido num episódio com a filha deles.
A CPI virou um BBB e ela quer brilhar. Mas pode ser explosivo e não será a primeira vez na história recente que um político se estrepa assim.
Em 2014, a ex do deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), braço direito do então prefeito do Rio Eduardo Paes, mostrou gravações que o implicavam numa espécie de mesada de uma ONG.
Clássica, porém, é a história de Celso e Nicéia Pitta.
Em março de 2000, durante uma crise política grave, o chamado Escândalo dos Precatórios, Nicéia deu uma entrevista falando que Pitta comprou vereadores que investigavam sua gestão numa CPI, entre outras acusações.
O casamento de 30 anos foi para o buraco, os dois filhos passaram a ser acossados pela imprensa, ela dominou o noticiário e a carreira política de Pitta, ex-secretário de Finanças de Maluf, desmoronou.
Deixou o cargo em dezembro de 2000 como réu em 13 processos na Justiça. Foi preso numa CPI. Oito anos depois, teve sua prisão decretada por não pagar pensão a Nicéia. Devia 150 mil reais.
Como não foi encontrado para ser notificado, tornou-se foragido. Acabou se apresentando e cumpriu prisão domiciliar por um mês.
Pitta morreria em 2009 de câncer, isolado, esquecido, destruído. Nicéia, hoje Camargo, vive em paradeiro desconhecido, anônima, provavelmente realizada em sua vingança. Vai durar muito tempo.
Andréa não é Nicéia. Ainda não, pelo menos. Mas tudo pode acontecer. Se ela entregar tudo, Pazuello estará ocupado demais para chorar.