“Operação foi uma catástrofe”, diz tenente-coronel criticando PM de Goiás no caso Lázaro

Atualizado em 28 de junho de 2021 às 17:43
Reprodução

Publicado originalmente no site Brasil de Fato

POR IGOR CARVALHO

A operação da Polícia Militar de Goiás, que culminou na morte de Lázaro Barbosa, de 32 anos, que estava foragido há 20 dias, foi criticada pelo tenente-coronel da reserva da PM de São Paulo, Adílson Paes de Souza.

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“A operação foi uma catástrofe, para ser o mais educado possível. Um horror e um atestado de que não vivemos em um estado democrático de direito. Um atestado de que a polícia não sabe seu papel em uma sociedade democrático”, destacou em entrevista ao Brasil de Fato.

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“A polícia demora 20 dias para localizar uma pessoa, com mais de 200 policiais em seu encalço e falharam. Não era uma operação policial, era uma caçada. A imprensa alimentou essa caçada e essa tragédia”, explicou.

Barbosa é acusado de diversos crimes e o principal suspeito do assassinato de uma família em Ceilândia, no Distrito Federal, e de um caseiro de uma fazenda em Girassol, em Goiás. Souza explica que criticar a operação, não significa defender esses crimes.

“Quem estabelece essa confusão padece de uma confluência de situações e sentimentos, que passa por ignorância, preconceito e desrespeito. Há um desespero de uma parcela da sociedade que só enxerga saída pela morte”, explicou o tenente-coronel.

Souza, que observou as imagens do corpo de Barbosa, não tem dúvidas. “Foi uma execução, são muitas marcas de tiros”. Para o especialista em segurança pública, a morte do principal suspeito dos crimes deve dificultar o trabalho de investigação da polícia.

“Faltou inteligência. Olha, 20 dias, com essa quantidade de policiais, não conseguirem prender um homem que circulava sozinho por uma área que já estava demarcada? É muita incompetência. Nada explica, que não a falta de competência”, argumenta.

Ainda de acordo com Souza, policiais quebraram diversos protocolos da polícia durante a operação e, “é preciso investigar se Barbosa já não estava morto quando seu corpo foi removido. Se ele foi removido morto, é um erro grave, pois o corpo deveria passar por perícia no local de sua morte.”

Para o tenente-coronel, os policiais se deixaram levar pelo clima provocado pela imprensa e da cúpula do governo goiano.

“Você percebe da maneira como os policiais tiram ele daquele carro e jogam o corpo na ambulância. O clima de festa. Pareciam caçadores que saíram para um safári e estavam exibindo a presa. Isso é atitude de bando e não de corporação policial. É deprimente de assistir.”