Carta a Eduardo Leite: o senhor não tem vergonha? Cringe! Por Leonardo Mendes

Atualizado em 2 de julho de 2021 às 19:54
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Por Leonardo Mendes

Senhor Eduardo,

Pedro Bial não te fez a pergunta mais importante. A que talvez nos ajudasse a compreender um dos maiores mistérios relacionados à questão LGTQIA+: como podem votar em Bolsonaro?

E no teu caso não foi só o número na urna, pois fizeste campanha, tiraste foto juntinho. E ainda disseste algum tempo depois que não te arrependias. Como pode?

Tenho certeza de que tu viste algumas das diversas manifestações de absoluto desprezo ou mesmo incitação à violência contra gays por parte do teu presidente.

O termo “cringe” entrou na moda recentemente, mas a vergonha na cara é um dos pilares das civilizações humanas. E tu realmente não parece ter.

Então não me venhas com chorumelas. Tu simplesmente não te importas com a questão LGBTQIA+. Pareces uma espécie de Sérgio Camargo, da Fundação Palmares.

Eu já sabia de fonte segura que tu és gay há muito tempo, apesar dos teus esforços em desviar do tema durante as campanhas.

Realmente acredito que tu não fosse eleito governador nos pampas caso te vissem com a bandeira do arco íris na Esquina Democrática de Porto Alegre. Como poderia, se ao mesmo tempo aparecias quase abraçado a quem odeia e fomenta o ódio contra LGBTs?

Não sei ao certo qual foi o acerto e o cálculo político para que agora tenhas culhões que nunca antes tivera.

Certamente tem relação com a eleição presidencial, mas, com a tua ajuda, continuamos o país que mais mata LGBTs no mundo, e certamente não serás eleito presidente.

Nunca contribuíste para a causa, pelo contrário. Ajudastes a mergulhar o país em trevas ainda mais profundas, ao apoiar Bolsonaro.

Sinceramente, gostaria apenas de saber: não tens vergonha?