Por Arnóbio Rocha
Pouco me importa se Messi é progressista, se tem visão política mais humana, não era esse o tema, não era essa a razão para torcer pela Argentina ou não sentir nada pela derrota do Brasil.
O Brasil perdeu de 7 x 1 da Alemanha, perdeu de 2 x 1 da Bélgica em 2018, e ontem, no Maracanã patético, perde com um time horroroso para uma seleção mal ajambrada.
Perder ou ganhar faz parte do esporte, até as seleções espetaculares como a brasileira de 82, Hungria de 54 ou Holanda de 74, perderam e as seleções medíocres como a de 94, a Itália de 2006, venceram.
A queda do Brasil se deu em 2016, um golpe que pôs o país em queda livre. A vitória de Bolsonaro é o ápice da tragédia com meio milhão de mortos, que reflete dolosamente a conduta de uma época, o mais insensível dos brasileiros feito presidente.
O símbolo da derrota brasileira é que seu presidente há pouco estava imitando um brasileiro em desespero acometido com o coronavírus sem ar, numa live, e tantos riem da “piada”.
Passamos do ponto, faz tempo.
O abismo é saber que uma trupe de canalhas negociava, com atraso, vacinas incertas, superfaturadas, depois de meses em que presidente vinha negando a doença, as mortes e ameaçando governadores e prefeitos que combatiam a Pandemia.
A vitória argentina ontem, não parece nada diante do caos político, dos arroubos autoritários de militares que apoiam esse aventureiro genocida.
É um doce alento saber que Neymar e companhia não irão rir da nossa cara com uma taça suja de sangue num evento com Bolsonaro. Só isso já merece nosso agradecimento a Messi e seus companheiros argentinos.
Ao fim e ao cabo, fiquemos com a frase escatológica de Bolsonaro: CAGUEI!