A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (13), a partir das 9h, o depoimento de Emanuela Medrades, diretora técnica da Precisa Medicamentos. É considerada peça-chave nas negociações para aquisição da vacina Covaxin pelo Governo Bolsonaro.
A Precisa Medicamentos ganhou destaque quando o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda fizeram denúncias à CPI de que haveria corrupção na aquisição das vacinas vendidas pelo laboratório.
Desde então, Bolsonaro vem sendo acusado de saber do esquema e o governo pedido R$ 1 bilhão em propina. Se tudo se confirmar, Bolsonaro cometeu crime de prevaricação.
Emanuela chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não fosse obrigada a comparecer à CPI. O pedido foi negado pelo ministro Luiz Fux.
Apesar da participação obrigatória, Medrades poderá se negar a responder perguntas que possam produzir provas contra si.
A expectativa é, no entanto, que o depoimento de Medrades contribua para compreender qual a relação de Bolsonaro com o caso e se ouve ou não prevaricação.
O crime de prevaricação é cometido pelos servidores que deixam de agir ou demoram para cumprir uma ação de propósito.
Segundo o artigo 319 do Código Penal Brasileiro, o delito teria como propósito “satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.
Reverendo fugiu
Nesta quarta, 14, estava previsto o depoimento de Amilton Gomes de Paula.
Foi foi adiado depois que o reverendo apresentou um atestado médico alegando uma crise renal.
No entanto, o presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) solicitou uma perícia técnica no documento que é de 15 dias, a contar de 9 de julho.
Amilton foi convocado após ter sido autorizado pelo Ministério da Saúde a negociar a compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca com a Davati Medical Supply.
Conforme noticiado pelo Metrópoles, apesar da justificativa citada formalmente, membros do colegiado lembram que, quando ligaram para convocá-lo, o reverendo deu outra explicação para a ausência. Na ocasião, ele afirmou que não poderia comparecer porque seu advogado estaria viajando na data.
A possibilidade de remarcar outro depoimento para quarta-feira é avaliada pelo comando da CPI, no entanto, a remarcação depende do resultado da perícia no atestado.