O reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), entidade religiosa que negociou ilegalmente a venda de vacinas contra a covid-19 no Executivo federal, se diz formado em Teologia na Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil.
Porém, a instituição entrou nas páginas policiais depois que a Justiça passou a investigar PMs e o ex-governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, sobre possível compra diplomas falsos.
No segundo semestre de 2012, o Serviço de Inteligência da PM de Santa Catarina iniciou uma investigação para apurar o episódio e descobriu na época que 124 militares usaram diplomas falsos para entrar nas corporações através da instituição Advanced.
Na época, a entidade negou o ocorrido ao afirmar que “não existe diploma falso emitido pela Faceten via Advanced”.
A Advanced também alegou na ocasião que tinha um convênio com a Faceten, mas a faculdade de Teologia soltou nota e declarou que não tinha nenhum vínculo com a unidade educacional de Blumenau (SC).
Quatro anos depois, Antony Garotinho também foi acusado de ter diploma falso de Teologia.
O ex-governador alegou em 2014 ter feito graduação na Fatun, no Centro do Rio e que o diploma foi expedido pela Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil, em Roraima.
Só que o desembargador Alexandre de Carvalho Mesquita afirmou que os fatos mostravam que “o investigado nunca fez um curso superior de Teologia” e ainda tinham “evidências de falsidade ideológica” no caso. Na época, ele chegou a correr o risco de ficar numa cela especial.
Coincidentemente, o reverendo Amilton Gomes de Paula diz no seu currículo que é formado em Teologia com diploma expedido pela Faceten entre 2004 e 2010.
Hoje a formação acadêmica do líder religioso pouco tem chamado a atenção das pessoas, já que seu nome está envolvido em algo muito maior: em escândalo de corrupção envolvendo propina na venda de vacina.