Stédile resume imagem fascista usada pelo governo para o Dia do Agricultor: “jagunço armado”

Atualizado em 28 de julho de 2021 às 14:54
O líder do MST João Pedro Stédile participa do ato Brasil pela Democracia, no Teatro Casa Grande, contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (Fernando Frazão/Agência Brasil)

João Pedro Stédile, líder do MST, resumiu o post patético da Secom de Bolsonaro usando a imagem de um homem armado para simbolizar o proprietário no agronegócio.

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Stédile publicou no Twitter:

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“O governo Bolsonaro é insano e fascista. Tiveram o desplante de retratar um camponês no dia do agricultor como um jagunço armado. Não entendem nada da vida no campo. Santa paciência!”

Dados da violência no campo mostram o quão nociva pode ser essa propaganda do governo Bolsonaro. O DCM recebeu as seguintes informações:

“DADOS SOBRE VIOLÊNCIA NO CAMPO – CPT

2020 registra o maior número de conflitos por terra, invasões de territórios e assassinatos em conflitos pela água já registrados pela CPT desde 1985. O número de ocorrências passou de 1.903 em 2019, para 2.054 em 2020, envolvendo quase 1 milhão de pessoas. Desse total, 1.576 ocorrências são referentes a conflitos por terra, o que equivale a uma média diária de 4,31 conflitos por terra, que totalizam 171.625 famílias brasileiras, em um contexto de grave pandemia.

Na análise de uma década, é possível avaliar que os números começam a saltar a partir de 2016, ano do golpe que retirou Dilma Rousseff da presidência e instituiu Michel Temer. E nos últimos dois anos, sob a gestão Bolsonaro, alcançam recordes históricos.

Em 2011 foram registrados 1.390 casos de conflitos, número que se manteve praticamente estável ou mesmo em queda até o ano de 2015, quando foram registrados 1.329 casos.

A partir de 2016, após o impeachment, há um salto exponencial de 1.329 casos para 1.607. Se antes a diferença girava em torno de seis casos em relação ao ano anterior, neste ano foi de 278 casos.

A situação é ainda pior em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro. O número de ocorrências salta de 1.547 em 2018 para 1.903 em 2019, portanto uma diferença histórica de 356 casos em relação ao ano anterior.

Segundo a CPT, os dados apontam para a urgência de implementação e defesa de órgãos de prevenção, fiscalização e combate às violências no campo junto às comunidades tradicionais”.