Charles Spencer Chaplin foi ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico. É assim que seu verbete na Wikipédia o apresenta.
Ele foi tudo isso e mais um pouco (faltou dizer que era compositor), mas isso é só parte da explicação de sua importância. O essencial é que Chaplin, com seu personagem mais famoso, O Vagabundo (ou Carlitos como era conhecido no Brasil), elevou a comunicação mímica do cinema mudo a um patamar novo, de compreensão global. Isso o fez tamanha estrela.
Charles nasceu no ano de 1889 em Londres. Seus pais eram artistas de music hall, uma espécie de embrião do teatro musical. Eles se separaram quando Charles tinha três anos. Sua mãe, com quem morava, foi se tornando emocionalmente instável com a separação, o que a levou a perder a voz e, logo, seu trabalho como atriz e cantora.
A mãe, com problemas crescentes, foi enviada a um sanatório. Charles e seu irmão Sydney foram morar com o pai. Isso, no entanto, não durou muito. A madrasta os enviou para um internato, e os garotos jamais veriam o pai novamente (alcoólatra, morreu de cirrose quando Charles tinha 12 anos).
Nesse período, absolutamente sem dinheiro, os irmãos Chaplin foram tentar a carreira na music hall e, talentosos como eram, obtiveram sucesso rápido. Entraram no grupo Eight Lancashire Lads Clog Dancing Troupe e passaram a excursionar pelo Reino Unido.
Aos 13, Charles deixou definitivamente de estudar para poder viajar mais tranquilo. Trabalhando cada vez mais, aos 18 anos, era um ator famoso no meio.
Nesse período, Sydney era ator principal da então famosa companhia de comédia de Fred Karno e convidou Charles para trabalhar ao seu lado em algumas montagens no London Coliseum. Devido ao sucesso, ambos entraram em turnê pelos EUA junto com o grupo.
Seis meses depois da segunda turnê, em 1913, Charles foi convidado para trabalhar no cinema pela produtora Keystone. Aos 24 anos, Charles teve problemas com seu primeiro papel – o dono da produtora achava que ele tinha cara de muito novo.
Para sua segunda filmagem, em “Mabel’s Strange Predicament”, ele escolheu seu próprio figurino e, para parecer mais velho, incluiu um bigode. Segundo sua auto biografia, era pequeno para não esconder sua expressão.
O resto é história. A fama internacional crescente levou Charlie a novos filmes e novas produtoras. Com o tempo, passou a dirigir.
Em 1919 abriu sua própria produtora, a United Artists, com Douglas Fairbanks, Mary Pickford e D. W. Griffith como sócios. A partir de então sua melhor fase começaria.
Nos 20 anos seguintes, Chaplin lançaria filmes como “O Imigrante”, “O Garoto”, “Em Busca do Ouro” (considerado por ele mesmo seu melhor filme), “O Circo”, “Luzes da Cidade” e “Tempos Modernos”.
Chaplin era tão genial e comunicativo com sua mímica e seus trejeitos que acabou se apegando de mais a eles. Mesmo após a popularização do cinema sonorizado na Europa e EUA, durante os anos 30 e 40, ele continuou fazendo cinema mudo.
Isso contribuiu para a sua decadência, tal como o filme “O Grande Ditador”. Lançado durante a segunda guerra mundial, o filme traria muitos questionamentos sobre a posição política de Chaplin, muito embora fosse claramente uma sátira de Adolf Hitler.
Mesmo assim, Chaplin foi investigado pelo FBI e passou a ser perseguido pelo governo, sob o pretexto de ter atividades comunistas. Nesse mesmo período, o artista foi alvo de uma série de processos, e Chaplin acabou sendo extraditado dos EUA.
De volta à Europa natal, Charlie se instalou na Suíça e ainda produziu os bons “Luzes da Ribalta”, “Um Rei em Nova Iorque” e “A Condessa de Hong Kong”, num ritmo de produção muito mais tranquilo.
Charles Chaplin morreu dormindo em 1977 na Suíça que o adotou.
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