Entre as vítimas preferenciais de Jair Bolsonaro em seus arroubos de escrotidão estão, como se sabe, mulheres, velhos — e mortos.
Nesta segunda-feira (2), ele partiu para cima de Bruno Covas, que morreu em 16 de maio de um câncer na cárdia, uma porção do estômago.
Em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro explicou ao gado como desaprovava medidas de segurança contra o coronavírus, como o fechamento do comércio.
Citou então o governador de São Paulo João Doria e, em tom de galhofa, referiu-se ao ex-prefeito tucano como “aquele que morreu”.
“Um fecha São Paulo e vai para Miami. O outro, que morreu, fecha São Paulo e vai ver Palmeiras e Santos no Maracanã. Esse é o exemplo…”, falou.
Bruno havia levado seu filho Tomás para ver o Santos no Rio.
“Ir ao jogo é direito meu. É usufruir de um pequeno prazer da vida”, disse Covas, à época, após receber críticas. Ele sabia que não tinha muito tempo.
Bolsonaro usou o pai de Michelle Bachelet, Alberto, torturado e morto pela ditadura militar de Augusto Pinochet no Chile, para fustigá-la.
Michelle observara que o Brasil estava perdendo “espaço democrático”. Bolsonaro declarou que ela “se esquece de que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”.
Alberto se opôs ao golpe dado por Pinochet, foi preso e torturado pelo regime e morreu sob custódia em fevereiro de 1974.
Com o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, ele foi ainda mais abjeto. Santa Cruz provocou a ira do sujeito ao vetar o grampo dos advogados de Adélio Bispo.
“Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, afirmou Bolsonaro.
“Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro”.