Publicado originalmente no ConJur:
O juiz Rodrigo Pedrini Marcos criou um canal no YouTube para transmitir sessões do Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas (MS). As transmissões são feitas ao vivo e posteriormente ficam disponíveis na íntegra.
Segundo o magistrado, a prática preserva o direito à ampla defesa, já que os réus, as vítimas e outras testemunhas são mostrados apenas durantes os interrogatórios. A defesa também pode pedir que não haja exposição.
O canal está ativo desde setembro do último ano, e o juiz diz que seu surgimento veio da necessidade de adaptação à crise de Covid-19. “A pandemia acabou antecipando algumas inovações tecnológicas. A transmissão pelo YouTube foi pensada inicialmente como publicidade dos júris, para que acusados e vítimas pudessem acompanhar o julgamento facilitando o acesso”, explica.
A iniciativa foi inscrita no Prêmio Innovare, que promove e divulga boas práticas que aprimoram e facilitam o atendimento jurídico à população. “Fomos uma das primeiras varas a implantar essa prática de transmitir os julgamentos do Tribunal do Júri no país. Verificamos com os acessos e redução de custos que é um caminho sem volta. Por isso, nosso propósito é continuar a transmissão mesmo após a pandemia”, diz Rodrigo.
O presidente da OAB-MS, Mansour Elias Karmouche, elogiou a iniciativa e convidou a comunidade acadêmica a assistir as sessões: “As transmissões pela internet são uma boa iniciativa para levar os júris à sociedade em tempos de pandemia. Os júris têm que ser públicos, para levar informação e dar uma resposta sobre os crimes que são cometidos contra a vida e precisam ter a sua resolução”.
“Neles [nos júris], a comunidade acadêmica pode ter conhecimento de como é feito e pedir aproveitamento como atividade complementar na instituição, seguindo os parâmetros exigidos”, apontou.