Por Leonardo Mendes
Nunca antes na história desse país eu pensei em não torcer pra algum atleta brasileiro na Olimpíada em função da sua opinião política, mas nesses jogos sim. E senti falta de um mapa geral a respeito de quais atletas simpatizam com o bolsonarismo.
A vitória deles não deveria ser comemorada, pelo contrário. É a derrota deles que nos traz alegria, no melhor estilo de “vou festejar, o seu sofrer e o seu penar”.
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Eu já tinha visto fotos do Gabriel Medina abraçado com Dudu “bananinha” Bolsonaro, mas me pareceu possível identificar bolsonaristas também por critérios menos explícitos. O bolsonarismo é um estado de espírito que exala seu fedor nos menores gestos.
Por exemplo, quando Alison, do vôlei de praia, quase xingou o seu parceiro no intervalo de um jogo em que ele próprio era quem errava muito mais. Na hora já tive quase certeza de que se tratava de um bolsonarista, mas fui pesquisar e confirmei a suspeita.
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O fato é que Bolsonaro dividiu o país de um jeito nunca antes visto. Simplesmente não parece mais possível a convivência com quem continua ao lado dele. Não é possível sequer comemorar uma medalha olímpica de um bolsonarista, como nunca antes alguém pensou em fazer em relação a qualquer outro presidente.
É o limite entre civilização e barbárie, e todo apoio a Bolsonaro é em si uma violência. Mas Bolsonaro já deve constar no lixo da história nas próximas Olimpíadas.
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