O professor Gilberto Maringoni, que leciona relações internacionais, fala sobre a derrota do governo do Afeganistão, alinhado aos Estados Unidos, para o Talibã neste domingo (15). A ‘polícia do mundo’ americana foi derrotada.
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Caiu Cabul.
Os Estados Unidos saem humilhados do Afeganistão, após exatos vinte anos de invasão, na esteira da guerra ao terror.
Embora não haja cenas espetaculares e o contexto seja completamente outro, a tarefa principal agora – assim como na tomada da então Saigon, em 1975 pelos vietnamitas – é organizar a fuga de seu pessoal da embaixada.
Ambos ataques bárbaros tiveram o mesmo tempo de duração (Vietnã 1955-75 e Afeganistão 2001-21).
Já se pode montar uma série histórica do fôlego imperial entre exibição sanguinária de força e saída com o rabo entre as pernas.
ENTENDA O CASO NO AFEGANISTÃO
Ashraf Ghani, presidente do Afeganistão, deixou o país neste domingo (15). Informação é segundo canal de notícias afegão TOLOnews. Isso ocorre horas depois de o grupo extremista Talibã cercar Cabul, a capital do país.
Um alto oficial do Ministério do Interior afegão disse à agência de notícias Reuters que Ghani embarcou para o Tajiquistão, que faz fronteira com o sul do Afeganistão.
Ainda de acordo com a agência, o gabinete da Presidência afegã não confirma a movimentação do mandatário “por questões de segurança”.
Mais cedo, o ministro do Interior, Abdul Sattar Mirzakwal, havia anunciado uma “uma transferência pacífica de poder para um governo de transição”, mas não deixou claro quem o iria compor.
O cerco
Talibã chegou aos arredores de Cabul e cercou a capital afegã por várias frentes, informou o Ministério do Interior do Afeganistão. O grupo extremista defende uma rendição pacífica do governo afegão.
Gabinete da presidência do Afeganistão afirmou que disparos foram ouvidos em algumas partes de Cabul, mas tranquilizou a população e declarou que a situação está sob controle das forças de segurança. Já o ministro do Interior, Abdul Sattar Mirzakwal, gravou um vídeo em que garante uma “transferência pacífica de poder”.