Você pode pensar muitas coisas sobre Norman Finkelstein, judeu americano de 58 anos.
Você pode achar que ele é radical em sua defesa da Palestina e dos palestinos e ataques a Israel. Você pode considerar que ele mina os próprios argumentos com uma retórica demasiadamente explosiva. Você pode supor que haja nele alguma coisa autodestrutiva. Você pode até suspeitar que ele odeie a si próprio por ser judeu.
Você só não pode fazer uma coisa: ignorá-lo.
Finkelstein é um acadêmico e palestrante obcecado com a causa palestina. Seus pais enfrentaram campos de concentração nazistas. A mãe, segundo ele, jamais superou a experiência. “A conversa podia girar em torno de petúnia, e de repente ela dizia que tinha enfim entendido algo que ocorrera naqueles dias”, diz Finkelstein.
Mas Finkelstein acha que é melhor olhar para o presente do que para o passado. Ele prefere falar da Palestina de agora a discorrer sobre o Holocausto de décadas atrás. A idéia essencial de Finkelstein é que o Holocausto — que ele não nega, evidentemente — é usado para justificar a violência de Israel contra os palestinos. Essa tese o faz ser abominado pela ala conservadora da comunidade judaica.
Numa palestra, uma jovem fez a ele uma pergunta. Chorando, ela disse que se sentia ofendida pelas referências negativas feitas a Israel, e citou o Holocausto. “Não respeito essas lágrimas e nem me deixo intimidar por elas”, respondeu Finkelstein. “Se você tem coração, deveria estar chorando pelos palestinos.”
Posto, junto com este texto, o vídeo de um documentário sobre ele. As legendas foram feitas num português precário, mas não importa.
Recomendo que vejam o vídeo. Quanto suportarem. Cinco minutos que sejam.
Porque Finkelstein é aquele tipo de gente rara e brava que faz você pensar.
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=NQdV1fuAfeM&w=560&h=315]