A direita sob o comando dos militares nas ruas. Por Moisés Mendes

Atualizado em 27 de agosto de 2021 às 6:12
Polícia Militar – Foto: Sargento Wander PMDF/Divulgação

Os militares sempre estiveram misturados aos manifestantes pró-Bolsonaro, não como figurantes, mas apenas como coadjuvantes.

Nos passeios de motos do sujeito, dizem que eles são maioria, a partir da observação do perfil dos presentes, do tipo físico, óculos escuros, jaquetões, maneirismos etc.

O 7 de Setembro poderá marcar, pela primeira vez, a hegemonia dos militares em atos pró-Bolsonaro.

Isso quer dizer que os civis que ainda se arriscam a apoiar Bolsonaro podem, a partir de agora, estar nas ruas sob o comando de militares da reserva das Forças Armadas e das PMs.

Começa agora também a tentativa de avaliação do tamanho desse apoio nas polícias militares e se é de fato incondicional.

O ex-comandante da Rota paulista Alberto Sardilli, um dos convocadores para os atos, diz que a maioria dos PMs é bolsonarista. Ele calcula em 80% em São Paulo.

Numa situação como a que vivemos atualmente, tal afirmação parece ser o mesmo que dizer que os padres são em maioria cristãos.

A questão é saber quais são os limites dessa gente, cuja marca é o impulso para a ação. Vejam o caso do militar rodoviário federal morto por brigadianos em Torres, no Rio Grande do Sul.

Eles não desistiram de atirar no homem, mesmo sabendo que se tratava de um militar. Não era um inimigo da esquerda, era um deles.

Um PM bolsonarista, em qualquer Estado, é alguém determinado a cumprir sua missão de defender Bolsonaro a qualquer custo?

Há PMS mais ou menos bolsonaristas, dependendo do Estado? O Rio, onde PMs e milícias se misturam, o bolsonarismo é maior do que em Pernambuco?

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Chinelagem

Repetindo o que já escrevi mil vezes. Na Bolívia, descobriram que os policiais golpistas eram apenas a chinelagem da Polícia Nacional.

Não eram em número expressivo, como alguns pensavam, não eram tão articulados, não eram inteligentes e não eram nada para os próprios civis golpistas.

Os soldados que se aliaram à extrema direita na Bolívia foram tratados com desprezo pela elite política porque eram apenas a bucha do golpe que não deu certo.

(Texto originalmente publicado em BLOG DO MOISÉS MENDES)