Publicado no Hora do Povo
Os organizadores da manifestação “Fora Bolsonaro” e movimento “Grito dos Excluídos”, organizado tradicionalmente pela Igreja Católica, anunciaram nesta quinta-feira (26), através de nota, a decisão de convocar a manifestação do dia 7 de Setembro em defesa da democracia, das vacinas e contra as ameaças de golpe do governo Bolsonaro para o Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo.
Inicialmente, a manifestação de repúdio ao governo Bolsonaro e suas ameaças à democracia estavam programadas para a Avenida Paulista, mas, uma interpretação equivocada do comando da Policia Militar de São Paulo, de que a vez de ocupar a Paulista era dos golpistas, gerou um impasse que não foi resolvido.
Pelo rodízio estabelecido pelas autoridades, inclusive o Ministério Público de São Paulo, esse direito era dos democratas já que o ato em favor de Bolsonaro e pela volta do voto impresso, em 1º de agosto, derrotado na Câmara, tinha sido o último a ocupar a Paulista.
O anterior, da oposição, tinha sido em 24 de julho, portanto, não havia dúvida de quem tinha o direito, agora, de se manifestar na avenida de São Paulo.
A insistência da PM de São Paulo em alegar, equivocadamente, que era a vez das milícias de Bolsonaro, porque, segundo eles, no dia 24 de julho um grupo de religiosos tinha aberto mão de usar a Paulista, criou o impasse.
O movimento Fora Bolsonaro e o Grito dos Excluídos decidiram então, conjuntamente, e sob protesto, convocar o ato do dia Sete de Setembro, às 14 horas, para o Vale do Anhangabaú, tradicional palco das históricas manifestações pelas eleições diretas em 1984.
Os atos contra Bolsonaro e em defesa da democracia no dia Sete de Setembro serão realizados em todo o Brasil.
Os organizadores informam que todos os cuidados sanitários serão tomados para evitar a disseminação do coronavírus e que as manifestações serão pacíficas.
Segundo eles, os atos visam protestar contra o genocídio provocado pelo negacionismo de Bolsonaro no combate à pandemia e contra as ameaças de violência às instituições democráticas apregoadas pelo presidente da República e suas milícias.
Já os atos golpistas contra a democracia, de Bolsonaro e suas milícias, não garantem nada. Pelo contrário, há um clima de violência no ar. O governador de São Paulo, João Doria, denunciou nesta semana que informações da inteligência da Polícia Civil do estado detectaram informações de que os bolsonaristas estão pretendendo ir armados para os atos do Sete de Setembro.
O cantor Sérgio Reis e outros fascistas foram, inclusive, chamados para depor na Policia Federal após ameaças de invasão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta data e, segundo suas próprias palavras, “quebrar tudo por lá”.
Segue abaixo a nota do movimento
NOTA À IMPRENSA SOBRE ATO #FORABOLSONARO e GRITO DOS EXCLUÍDOS EM SP
A Campanha #ForaBolsonaro, articulação que reúne mais de 80 entidades e movimentos sociais e sindicais, e o Grito dos Excluídos comunicam que, sob protestos, a mudança do local do ato do dia 7 de setembro da Av. Paulista para o Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo, às 14 horas.
Mais informações:
Ana Flávia Marx
(11) 99690-3298
Erika Fontana
(11) 94246-9876
Presidente do PCO diz que Doria proibiu ato de progressistas no Anhangabaú
O presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, escreveu no Twitter nesta quinta-feira (26) que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), proibiu a manifestação de esquerda convocada para o dia sete de setembro, mesma data em que atos bolsonaristas estão sendo convocados.
“Esta decisão é ilegal e inconstitucional”, disse Pimenta.
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O presidente do PCO propôs que as forças de esquerda se unifiquem para ignorar a decisão ilegítima do governador e realizar o ato mesmo assim, no Anhangabaú.
“Doria proíbe ato da esquerda no Anhangabaú dia 7 depois de ter entregado a Paulista para os bolsonaristas. Esta decisão é ilegal e inconstitucional. O direito de manifestação não depende da autorização. A Frente Fora Bolsonaro não pode se dobrar a este ato arbitrário. Chamamos toda a esquerda a realizar imediatamente uma reunião e passar por cima da decisão ilegítima e ilegal de Bolsodória. Nenhum passo atrás!”, escreveu Rui Costa Pimenta.
Assustado com risco de motim, Doria deposita atrasados de policiais
Com 14 meses de atraso, o governador de SP, João Doria (PSDB), pagou o bônus atrasado a policiais.
O pagamento é referente aos meses de maio e junho de 2020.
A bonificação foi paga em meio ao clima tenso entre o tucano e a PM.
Diversos policiais gravaram vídeos convocando para os atos pró-golpe no dia 7 de setembro.
Um deles, o coronel Aleksander Lacerda, foi afastado por Doria.
O bônus vale tanto para a polícia Civil quanto Militar do estado.