O senso de oportunidade de Geraldo Alckmin é contagiante.
Não é novidade para ninguém que ele quer governar São Paulo pela quinta vez, certo?
Você também está careca de saber que ele foi escanteado por João Doria no PSDB e terá de sair da legenda se quiser se garantir nas urnas como candidato em 2022.
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Agora vamos ao pulo do gato do cidadão: Geraldo está de olho no vento para decidir que rumo tomar antes de assinar com o novo partido.
Explico: vamos supor que os ventos mostrem que os eleitores estão propensos a optar por alguém do campo progressita. Neste caso, o caminho do ex-governador é o PSB.
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Mas e se a onda da extrema-direita renascer das cinzas e voltar a ameaçar novamente o país com o fantasma Bolsonaro? Então é hora de seguir para o PSD de Gilberto Kassab.
Esse é o cálculo do candidato que é líder nas pesquisas no maior estado do país.
O problema é que as estratégias de Geraldo não costumam funcionar como ele idealiza.
Foi assim quando disputou a eleição presidencial de 2006 e abriu a campanha com o discurso das privatizações.
Deu tudo errado.
E piorou quando os marqueteiros foram a uma costureira providenciar um jaleco e boné com os logos das principais estatais, num sinal de que o candidato respeitava empresas fundamentais como Correio, Caixa, entre outras.
Geraldo passou vergonha e de quebra perdeu a eleição.
Na segunda chance de se tornar o mandatário número 1 do país aconteceu algo parecido.
Foi em 2018. Numa sabatina, sem delongas o tucano mudou de opinião sobre a privatização da Petrobrás. Isso pela terceira vez num prazo de quatro meses.
“Não vou [privatizar a Petrobras]. A pesquisa, produção e prospecção de petróleo devem continuar com a Petrobras. Não vou privatizar a Petrobras. O que eu vou privatizar é a distribuição, transporte e quebrar o monopólio na prática do refino”, disse na ocasião, contrariando o que dissera 30 dias antes. em encontro com empresários na Câmara Brasileira de Indústria e Comércio, em Brasília:
“Inúmeras áreas da Petrobrás que não são o core, o centro objetivo principal, tudo isso pode ser privatizado. E, se tivermos um bom marco regulatório, você pode até no futuro privatizar tudo. Sem nenhum problema”, comentou para deleite dos homens de negócios.
Poucos dias antes já havia falado sobre o assunto ao ser perguntado “se a Petrobras é uma empresa que poderia ser privatizada”.
“Eu sou favorável”, respondeu. “Acho que o estado não deve ser um estado empresário”.
Para quem vendeu e comprou a Petrobrás como se escolhe um sabonete na gôndola do supermecado, não admira Geraldo aguardar ‘quietinho’, como o próprio gosta de dizer, o sabor do vento para escolher o caminho a seguir em 2022: se pela direita ou pelo campo progressista.
Só está faltando combinar com os Russos.