Eletrizante a conjuntura no PSDB.
Primeiro: João Doria já perdeu as prévias para a presidência. A vaga vai ficar com Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
Mas não é isso que admira.
O que salta é o desfecho de Doria, o provável perdedor – neste caso, quer sair do PSDB, levar o vice Rodrigo Garcia como candidato a governador do Estado e bater chapa com Lula e cia na corrida pelo Planalto.
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Seria, digamos, uma saída honrrosa para o gestor. Dinheiro não é problema, ele tem o suficiente para bancar a aventura e ainda sobrar para as próximas gerações.
Seria, também, uma situação inédita na história: Rodrigo Garcia, que assumiria o governo com a renúncia de Doria para disputar a presidência, estaria apto para continuar no mandato mesmo mudando de partido novamente?
Outras fantasias alimentam o quadro: a mais quente é de que além do autofinanciamento por Doria e Rodrigo ambas as campanhas receberiam dinheiro do exterior.
Quanto ao partido não há definição. O óbvio é um desses nanicos de aluguel.
Por que Doria rodou?
Está difícil convencer os leigos de que Doria não estará nas urnas com o número 45 como candidato a presidente no ano que vem.
A lógica do PSDB nacional de vetar o seu nome se sustenta, além de outros detalhes, no que a legenda imagina ser uma certeza: com Geraldo Alckmin o partido renova mais um mandato no estado, com Rodrigo Garcia, como insiste ele, perde.
Era Tancredo que dizia que cena política é como núvem, agora está assim daqui a pouco já mudou?
Tudo pode acontecer no partido dos tucanos, mas o desenho que mais se aproxima no horizonte neste momento é o da lógica invertida: Geraldo que ia sair fica, e Doria que ia ficar, sai.
Triste fim para os 2.