O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, será investigado por interferência nas eleições ao governo e à prefeitura da capital em 2018 e 2020. A investigação foi ordenada pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal à Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro. O despacho é de segunda-feira (20).
Com base na delação premiada do criminalista Nythalmar Dias Ferreira Filho, o advogado Luis Eduardo Salles Nobre fez o pedido. De acordo com Nythalmar, o juiz negociou penas, orientou advogados e combinou estratégias com o Ministério Público. Nythalmar afirma também que Bretas atuou para que Wilson Witzel (PSC) fosse eleito governador do Rio em 2018. Com informações do Conjur.
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O que diz o advogado
Segundo o advogado, no segundo turno, Paes, em busca de uma trégua, se comprometeu a nomear uma irmã do juiz para uma secretaria, se fosse eleito. Depois de Witzel ganhar as eleições, ele, Eduardo Paes e Bretas firmaram um acordo informal, narra Nythalmar. O ex-prefeito assegurou que abandonaria a política “em troca de não ser perseguido” (o que não aconteceu, pois foi novamente eleito prefeito do Rio em 2020). Já Witzel nomeou Marcilene Cristina Bretas, irmã do juiz, para um cargo na Controladoria-Geral do Estado do Rio. Bretas negou as acusações.
Salles Nobre recorreu. Na 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, o relator do caso, Moacir Mendes Sousa, avaliou que o arquivamento do pedido de investigações foi prematuro e que há necessidade de diligências complementares. Segundo ele, há possibilidade de os fatos apontados pelo advogado estarem inseridos no contexto da operação “lava jato”.