Os automóveis registraram desde o ano passado vários aumentos, aumentaram 14% nos últimos 9 meses do ano. Para comprar um carro novo em sua versão básica é preciso pagar em torno de R$ 40.000. Mas, para comprar um dos 10 carros mais procurados pelos brasileiros é preciso contar com R$ 79 mil aproximadamente, que é a média dos carros mais vendidos.
Se há alguns anos atrás era preciso pensar bem e avaliar as diferentes ofertas antes de comprar um carro novo ou usado, hoje em dia a situação fica mais complexa, com a instabilidade económica é preciso analisar bem as possibilidades de cada um.
Neste último ano, o preço dos veículos zero-quilômetro subiu 14%, mais do que haviam subido em 2020, que foi 6,35%. O aumento também foi quase o dobro da inflação registrada até este mês, que é de 7,02% de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
Fatores que justificam o aumento no preço dos veículos
Especialistas apontam que a falta dos materiais para a produção, a alta das commodities e o aumento do dólar foram os principais fatores para o aumento dos preços. Por exemplo, a falta de semicondutores e outras matérias primas provocaram a redução do ritmo de produção, consequentemente o estoque de veículos reduziu e aumentou a fila de espera. O aumento do aço e do dólar impactou diretamente no preço das matérias primas e também dos recursos importados. Aumentos que impactaram no preço final dos veículos.
Decorrente da pandemia provocada pela Covid-19, muitos fatores da cadeia de produção foram alterados gerando uma grande desorganização no fornecimento e na produção. Os gastos dos produtores tanto pelo aumento da matéria prima quanto pela paralisação das fábricas, foram repassados ao consumidor final.
De fato, ainda vemos os efeitos de tudo isso. A Toyota, que pela falta de materiais já suspendeu sua produção em março, prevê a paralisação da sua fábrica em Indaiatuba, São Paulo, entre os dias 13 e 22 de outubro deste ano.
Mas essa não é a única suspensão, de acordo com a Anfavea, em agosto houve paralisações em 11 fábricas, em algumas a parada foi parcial, mas em outras foi total. Como consequência, a produção do mês foi 21,9% menor que a registrada há um ano atrás.
Além disso, devido a esta situação de pandemia, o volume de veículos zero-quilômetro disponíveis no mercado para a compra foi reduzido, e na contramão muitos decidiram comprar um carro ou trocar o que já possuíam, alguns motivados a evitar o contato com outras pessoas para reduzir o contágio, e outros pelo fato de não poder fazer viagens usando outros meios de transporte.
Carros novos ou usados?
Até o momento, os brasileiros estão preferindo comprar veículos usados. De cada sete carros vendidos um é um zero-quilômetro e seis são veículos usados. A venda de carros novos vem mostrando claramente uma queda, no mês de agosto a redução foi de 3,04% em relação a julho e de 15,6% no comparativo com o ano passado.
Ao mesmo tempo que a busca de carros novos sofreu uma queda, a procura por carros usados aumentou. De acordo com dados da Fenabrave houve 48,2% mais de vendas de carros usados neste ano, enquanto que os emplacamentos registrados cresceram apenas 14,6%. Em números, foram vendidos 6.463 milhões de carros usados e apenas 1,047 milhão de carros novos.
No caso dos carros usados, devido à alta demanda, o preço dos mais procurados também aumentou consideravelmente. De acordo com o IPC-Fipe, em 2021 os carros usados ficaram 20,8% mais caros do que o ano passado, ano em que também já aumentaram 5,8%.
Quais são os carros mais baratos atualmente?
O carro mais em conta, de acordo com a Tabela Fipe, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, é o Fiat Mobi Easy Confort 1.0, que custa R$ 39.985. No entanto, com menos de R$ 50 mil é possível comprar, além do Fiat Mobi, um 530 Lifan ou um Renault Kwid. Quem deseja um Volkswagen up!, um Chevrolet Joy, um Peugeot 208 ou um Fiat Uno precisa desembolsar em torno de R$ 58 mil.
Mas, os zero-quilômetro preferidos dos brasileiros são carros que custam acima de R$ 60 mil, como é o caso do Fiat Argo ou do Hyundai HB20 que custam em torno dos R$ 63.000. O valor médio dos carros mais vendidos fica em R$ 79 mil. Entre os 5 favoritos também estão o Jeep Renegade que tem um valor mínimo de R$ 95 mil e o Jeep Compass, em torno dos R$ 168 mil.
Entre os usados, o Volkswagen Gol é o mais procurado, com um preço mínimo que está em torno dos R$ 50 mil. Seguido pelo Fiat Palio e o Fiat Uno. O usado de maior valor entre os 10 mais buscados é o Toyota Corolla, que custa em torno de R$ 113 mil.
Mas, no momento de fazer a compra de um veículo, não basta olhar somente para o custo final ou o valor das parcelas. Também é preciso verificar os gastos que esse carro implica, por exemplo o valor para a manutenção ou o valor do seguro.
Em muitos casos, o prêmio de um seguro pode ser muito importante na tomada de decisão entre um carro ou outro. Se bem que é possível usar uma tabela de preços de seguro de carro para analisar as ofertas, é conveniente fazer algumas simulações de forma personalizada. Assim como considerar as novas alternativas e modalidades de seguro, antes de se decidir por uma cobertura tradicional.